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12/Sep/2024

Brasil: 1 em cada 4 jovens não estuda nem trabalha

Conforme o estudo Education at a Glance 2024, divulgado na terça-feira (10/09), pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o grupo de países mais desenvolvidos, os brasileiros entre 25 e 34 anos que não trabalham nem estudam (os chamados “nem-nem”) são quase 1 em cada 4 (24%) no País, A taxa “nem-nem” melhorou: caiu 5,4% em 7 anos, mas ainda supera a média da OCDE, de 13,8%. A difícil situação do mercado de trabalho enfrentada pelos trabalhadores sem qualificação secundária superior se reflete nas taxas de emprego. Isso porque 64% das pessoas entre 25 e 34 anos sem ensino médio no Brasil estão empregadas, ante 75% dos jovens com ensino médio e superior. Mesmo assim, trabalhadores sem qualificação de ensino médio ou superior recebem salários significativamente mais baixos.

No País, 59% com nível inferior ao ensino médio ganham metade ou menos da renda mediana, em comparação com 37% dos trabalhadores com ensino médio ou superior não terciário e 19% com nível superior terciário. Enquanto isso, entre as nações desenvolvidas OCDE as médias são de 28%, 17% e 10%. Além disso, o País tem visto o envelhecimento da população e o gradual fim do bônus demográfico (quando se atinge o auge da faixa da população em idade para trabalhar). Para evitar perdas econômicas e dar conta dos crescentes gastos sociais com idosos, é necessário elevar a produtividade. Entre as principais saídas para reduzir a proporção de jovens nem-nem estão a melhoria da qualidade do ensino básico e fortalecer a oferta de educação técnica/profissionalizante de nível médio.

Países desenvolvidos investem fortemente para que os alunos cursem o ensino profissional com o médio. No Brasil, só 10% cursam o técnico, quando a taxa é de 68% na Finlândia e de 49% na Alemanha. Especialistas defendem ampliar o número de horas que os alunos passam na escola. Passar as escolas para tempo integral. A OCDE nem usa essa expressão, porque o natural é que seja tempo integral. Segundo o Instituto Singularidades, isso vai ser muito importante para liberar as meninas mais velhas do cuidado dos menores, para a aprendizagem dos alunos, para os professores poderem dar aula em uma escola só e melhorar a qualidade do ensino. O número da OCDE é pior do que o divulgado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) da Educação, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no ano passado e correspondente a 2022, de 20% (9,6 milhões de jovens).

Mas, a PNAD avalia uma faixa etária diferente: dos 15 aos 29 anos. O estudo mostrou também desigualdade de empregabilidade entre mulheres e homens. Embora as meninas e as mulheres tenham um desempenho claramente superior ao dos meninos e dos homens na educação, o quadro se inverte quando entram no mercado de trabalho; as principais medidas dos resultados do mercado de trabalho são, em geral, piores para as mulheres, afirma a OCDE. Em todos os países, as mulheres com idade entre 25 e 34 anos têm probabilidade maior ou igual do que seus pares do sexo masculino de ter uma qualificação de nível superior. No Brasil, a taxa de conclusão do ensino superior é de 28% para as mulheres e de 20% para os homens.

No entanto, essa mesma faixa etária feminina tem menor probabilidade de estar empregada do que a masculina, com uma diferença ainda maior para aquelas com nível de escolaridade abaixo do ensino médio. Nem o nível superior exclui diferença salarial entre homens e mulheres. Em toda a OCDE, as mulheres com qualificação de nível superior ganham, em média, 83% do salário de colegas homens, enquanto a fração correspondente é de 75% no Brasil. A maior discrepância entre o Brasil e os países da OCDE está na distribuição dos alunos entre as instituições de ensino superior públicas e privadas. Enquanto os brasileiros se graduam, na maioria, em bacharelados de instituições privadas, e com tendência de aumento, subindo de 77% em 2013 para 81% em 2022, nos países da organização internacional os estudantes se formam majoritariamente (63%) em instituições públicas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.