11/Sep/2024
O dólar fechou esta terça-feira (10/09) em forte alta ante o Real, superior a 1%, acompanhando o avanço da moeda norte-americana ante outras divisas de exportadores de commodities no exterior, após a divulgação de dados fracos da economia chinesa. O dólar fechou em alta de 1,32%, cotado a R$ 5,65. Em setembro, a divisa acumula alta de 0,34%. A moeda norte-americana chegou a oscilar em baixa ante o Real no início da sessão, mas ainda na primeira hora de negócios se firmou no território positivo, acompanhando o exterior. Por trás do movimento estavam receios em torno da economia da China, maior comprador de commodities do mundo e um dos principais destinos dos produtos brasileiros.
A China informou que suas importações cresceram apenas 0,5% em agosto, abaixo da expectativa de alta de 2% e do avanço de 7,2% em julho, o que impactou negativamente os preços do minério de ferro, um dos principais itens da pauta exportadora brasileira. O petróleo também sustentava perdas firmes. Segundo a B&T Câmbio, o cenário global de incertezas persiste, e a queda nas importações chinesas pressiona os preços das commodities, afetando as economias emergentes. Chamou a atenção o avanço firme do dólar ante as divisas de países emergentes. Neste cenário, após registrar a cotação mínima de R$ 5,56 (-0,22%), pouco depois da abertura, e escalou até a máxima de R$ 5,66 (+1,56%).
No caso específico do Brasil, a alta do dólar também foi amparada pela percepção de que o Banco Central elevará a Selic em 25 pontos-base na próxima semana, e não em 50 pontos-base. Atualmente, a Selic está em 10,50% ao ano. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA teve deflação de 0,02% em agosto, após inflação de 0,38% em julho. Foi a primeira taxa negativa desde junho de 2023 (-0,08%). O resultado ficou abaixo das expectativas do mercado, de inflação de 0,01%. Em 12 meses até agosto, o IPCA acumulou alta de 4,24%, ante 4,50% em julho e expectativa de 4,29%. Os números benignos do IPCA reforçaram a expectativa por uma alta de apenas 25 pontos-base da Selic, o que retirou parte do suporte do Real durante a sessão.
De fato, a curva de juros brasileira passou a precificar chances ainda maiores de alta de 25 pontos-base da Selic, com probabilidade reduzida de aumento de 50 pontos-base. No exterior, o dólar seguia em alta firme ante moedas pares do Real como o peso mexicano e o peso chileno. No entanto, o dólar estava perto da estabilidade ante as moedas fortes. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas fortes, caía 0,03%, a 101,620. O Banco Central vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão para rolagem do vencimento de 1º de novembro de 2024. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.