ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

11/Sep/2024

Criança é propensa a se alimentar como seus pais

Um estudo de pesquisadores da Universidade de Aston, na Inglaterra, mostra que crianças pequenas são mais propensas a ter comportamento alimentar semelhante ao dos pais. Quando os adultos são considerados “comedores emocionais”, por exemplo, a chance de os filhos também serem influenciados pelas emoções na hora de comer é maior. Os achados da pesquisa forçam a necessidade de intervenções adaptadas aos perfis dos cuidadores e dos pequenos. Em um trabalho anterior, foi possível identificar quatro perfis alimentares entre crianças de 3 a 6 anos com base no relato dos pais: alimentação típica, ávida, emocional e evitativa.

Já nesta investigação os próprios adultos foram convidados a descrever o seu comportamento alimentar. No total, 785 indivíduos responderam aos questionários. Ao cruzar os dados, a equipe da Escola de Psicologia e do Instituto Aston de Saúde e Neurodesenvolvimento (IHN) notou uma ligação direta entre o perfil dos cuidadores e o das crianças. Isso se mostrou mais evidente sobretudo nos grupos do “comer ávido” e do “comer evitativo”, ou seja, pais com essas características tendiam a ter filhos parecidos. Os indivíduos foram considerados comedores ávidos ao se alimentar em resposta às emoções e à presença de comida no ambiente, sem levar em consideração os sinais de fome e saciedade.

Já o perfil evitativo foi ligado a um nível alto de seletividade alimentar, lentidão ao comer e níveis significativamente baixos de prazer à mesa. Os emocionais, por sua vez, comiam de acordo com seus sentimentos, mas sem tanto prazer quanto os ávidos. Por fim, típicos eram aqueles que não exibiam nenhum comportamento extremo. Uma observação dos pesquisadores foi a de que pais com perfil alimentar ávido ou emocional eram mais propensos a usar a comida para acalmar ou confortar a criança que, por sua vez, tinha maior probabilidade de desenvolver esse tipo de comportamento. Estratégias para reduzir o uso de alimentos para regulação emocional podem ser eficazes para melhorar o relacionamento da criança com a comida e reduzir os riscos de compulsão alimentar emocional.

Para o Departamento de Nutrição da Sociedade de Pediatria de São Paulo, a quantidade de pais avaliados é um dos maiores trunfos do estudo. O maior trabalho desse tipo na América do Sul foi com cerca de 300 pessoas. Dá para provar objetivamente o que se já percebe pela observação clínica. Vale observar se a criança não está vivendo em ambiente considerado obesogênico, com facilidade de acesso a alimentos ultraprocessados e calóricos, geralmente porque os pais se alimentam dessa forma. Nesses casos, dificilmente meninos e meninas vão dar prioridades a frutas, verduras e legumes. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.