10/Sep/2024
De acordo com pesquisa divulgada nesta segunda-feira (09/09) pela FGV Agro, intitulada "Monitor de Tendências do Agronegócio Brasileiro", que tem margem de erro de 4,3%, os produtores rurais estão cautelosos em ampliar investimentos para a safra 2024/2025, devendo manter o nível de aportes. O setor pecuário, entretanto, se mostra mais disposto a investir. Os investimentos estarão menores no setor de máquinas e equipamentos agrícolas este ano. O levantamento entrevistou 514 agricultores e pecuaristas localizados em todas as regiões do Brasil e de todos os portes (pequenos, médios e grandes). A pesquisa, realizada pela Kynetec Brasil a pedido da FGV Agro, segmentou as entrevistas por cultura (soja, milho, café, algodão e cana-de-açúcar), além da pecuária (de corte e de leite). A escolha dos produtos agropecuários e a sua distribuição nos Estados brasileiros foi realizada com base na participação no Valor Bruto da Produção Agropecuária nacional. Importante ressaltar que a amostra representa produtores dinamizadores do agronegócio, ou seja, usuários de tecnologia.
Em relação a máquinas e equipamentos, 45% dos produtores entrevistados declararam que não pretendem investir ou investirão menos nesta safra. No que diz respeito à inovação, aproximadamente 60% afirmaram que costumam utilizar novas tecnologias somente após observar o resultado de outros produtores que utilizaram. E, quem adota nova tecnologia frequentemente é uma decisão auxiliada por terceiros. Tanto na agricultura quanto na pecuária, os agrônomos, consultorias e indústria/fabricante são os que mais ajudam os produtores na escolha das tecnologias a serem adotadas. Ainda sobre o tema, o custo inicial elevado e o custo do crédito são fatores limitantes para a adoção de tecnologias. Em relação ao crédito rural, 66% dos entrevistados declararam ter financiado de alguma forma suas operações na última safra e 34% utilizaram capital próprio. O percentual de financiamento variou dentre as culturas e portes das propriedades. Produtores de café, cana-de-açúcar e pecuaristas de corte utilizaram mais recursos próprios.
Algodão, soja e milho se destacaram com maior percentual de produtores que acessaram linhas de crédito para financiar a safra. Além disso, bancos oficiais foram a principal fonte de financiamento, seguidos por bancos privados, revendas e cooperativas de crédito. Para a próxima safra, os produtores estão menos inclinados a captar crédito rural, sendo os pecuaristas de leite os que estão entre os mais dispostos a financiar parte da operação. A principal motivação é a compra de insumos, ou seja, o crédito para custeio. Os que não pretendem acessar as linhas de crédito para financiamento justificam que preferem utilizar recurso próprio. Eles representam 30% da amostra. Entre todos os entrevistados, há consenso de que o custo do crédito é o principal obstáculo para o financiamento das atividades rurais, seguido por exigências burocráticas e morosidade nos processos de aprovação. Quanto à gestão de risco, a contratação do seguro rural está no radar de aproximadamente 40% dos entrevistados, enquanto 25% ainda se mostram indecisos. Como no caso do crédito, a maioria destaca o custo elevado da ferramenta como o principal entrave para aquisição. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.