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10/Sep/2024

G20: Brasil quer fortalecer a produção sustentável

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que o Brasil recebe o colegiado do grupo de trabalho do G20 com a posição de fortalecimento da sua produção sustentável. O mundo todo quer posições de produção sustentável. Alguns países têm sua estratégia, inclusive falando em desintensificação da agropecuária. Mas o Brasil vai ao fortalecimento, à intensificação da produção. Essa é a grande vocação brasileira, disse Fávaro nos bastidores do Fórum Internacional da Agropecuária (Fiap 2024). O evento, que antecede os debates do grupo de agricultura do G20 Brasil, é realizado pelo B20 Brasil, fórum de engajamento empresarial coordenado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A intensificação da produção agropecuária brasileira, contudo, ocorre em modelo diferente do traçado até o momento. Foi um modelo possível, viável, de sucesso, porém não é um modelo que vai para o futuro.

Será preciso fazer a ocupação sobre o Cerrado, sobre a floresta para continuar expandindo a produção. Para o ministro, essa intensificação da produção agropecuária sem novas aberturas de áreas passa pela recuperação de áreas degradadas e pela conversão em áreas agricultáveis. O Brasil vai apresentar para o mundo a incorporação de mais de 40 milhões de hectares em estágio de degradação para serem recuperados e para que isso possa servir para uma agropecuária intensiva, de forte uso de tecnologias, de respeito ao meio ambiente, acrescentou o ministro. Para isso, será preciso de muitos recursos para financiamento com prazos e juros acessíveis, mas que vão preservar o Cerrado e a floresta. O projeto será apresentado ao mundo como uma grande virada de chave na produção de alimentos brasileiros. Fávaro destacou também a retomada das boas relações diplomáticas do Brasil em meio ao fato de ser o País sede das discussões do grupo dos 20.

O Brasil escolhe o tema de construir um mundo justo com sustentabilidade, porque não existe um mundo justo com fome. O modelo que trouxe o País até o posto de ser esse grande produtor de alimentos não é o mesmo modelo que vai levar o Brasil aos próximos 50 anos e garantir esse mundo justo, com produção de alimentos e respeito ao meio ambiente, afirmou o ministro. Ao fim das reuniões técnicas e ministeriais do grupo de Agricultura do G20, o grupo dos 20 vai apresentar um documento com propostas sobre o sistema alimentar mundial que será direcionado posteriormente à cúpula dos chefes de Estado. A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos do Brasil (Apex Brasil) defendeu que o Brasil lidere o processo de enfrentamento e mitigação das graves mudanças das emergências climáticas, que afetam a agropecuária. Mato Grosso sofre com queimadas espalhadas pelo Estado. Não adianta ir atrás de culpados. Talvez seja preciso um plano de mitigação para incêndios e secas e pensar no que pode ser feito para enfrentar estes tempos.

Sediando o G20, o Brasil tem a oportunidade de construir uma "narrativa verdadeira". Ninguém faz nada se não tiver ambiente como aliado. O Brasil não para de crescer e de se posicionar, mas, há dois anos, o desmatamento estava aumentando e agora está caindo. Está no Brasil a possibilidade de segurança alimentar e de dar exemplo ao mundo, inclusive em legislação com um Código Florestal que é exemplo. O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB-MS), afirmou que o Brasil tem questões complexas a responder sobre o futuro da produção de alimentos sustentáveis tanto a consumidores norte-americanos, europeus, chineses, quanto aos próprios brasileiros. É preciso ter capacidade de entender essa complexidade e formular posicionamento estratégico. O País não deve minimizar o uso da rastreabilidade e a discussão sobre o uso do território para pensar no futuro da produção. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.