10/Sep/2024
O Ministério da Fazenda divulgou nesta segunda-feira (09/09) a intenção de lançar um programa de taxonomia para imóveis rurais, a fim de classificá-los em relação ao nível de sustentabilidade. A afirmação foi feita durante o 4º Diálogo Brasil-China sobre Finanças Verdes e Cooperação em Agricultura Sustentável. O programa abrangeria, a princípio, as cadeias produtivas de soja, milho café, pecuária leiteira e de corte, reflorestamento de eucalipto e criação de tilápia. Com essas cadeias, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) está desenvolvendo quais são as melhores práticas para essas propriedades e que deveriam ser estimuladas, quais são os itens necessários em termos de investimento para financiar essas propriedades e o que seria uma propriedade factível.
No momento, esse trabalho está bastante avançado e a expectativa é, até o fim do ano, já estar divulgando para o mercado e buscando recursos e afinidade. O programa poderia contribuir nas relações comerciais entre Brasil e China, mas também é essencial a definição de quem demanda o produto para que essa taxonomia seja efetiva. Além de tal classificação, a Embrapa destacou outras iniciativas de sustentabilidade da instituição em andamento, como a tropicalização de calculadoras de emissões, como já é feito como o Renovabio, e o desenvolvimento de um índice de biodiversidade, com o objetivo de melhorar gestão dos recursos ambientais.
O Ministério da Agricultura destacou a implementação do Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (PNCPD) no fim de 2023, com objetivo de converter até 40 milhões de hectares de pastagens de baixa produtividade em áreas agricultáveis em dez anos e com perspectiva de dobrar a área agricultável do País. Estão sendo feitos estudos para entender melhor a seleção de áreas de pastagens, para fazer uma análise classificando em categorias de vigor alto, médio e baixo. Tais estudos também levam em consideração onde estão as áreas de demarcação de áreas indígenas, militares e de conservação. O Ministério da Agricultura vem conversando com diversos parceiros para que esse investimento possa chegar com taxas menores ou iguais ao do Plano Safra.
O Itaú BBA lembrou ainda que foi graças a relações Brasil-China que o País reduziu a idade dos bois para abate. A pegada de carbono da carne de bois com menos de 30 meses chega a ser negativa, portanto, ela seria passível de ter crédito de carbono, completou a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O Instituto de Finanças e Sustentabilidade (IFS) afirmou que em cinco anos devem existir várias reduções tarifárias para produtos verdes ou sustentáveis, o que deve fazer com que a China venda mais e que o Brasil venda mais produtos do agronegócio para a China. O país asiático também trabalha com instituições para emissões de títulos e oferecimento de crédito maior e taxas de juros mais baixas para produtos verdes, inclusive para emissores brasileiros. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.