10/Sep/2024
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao menos 72 mil brasileiros vivem em barracas, tendas ou outras estruturas improvisadas na rua. O dado consta do Censo 2022 e se insere no universo dos domicílios particulares improvisados. No Censo Demográfico, são classificados dessa forma os domicílios localizados em edificações que não tenham dependências destinadas exclusivamente à moradia, em estruturas comerciais ou industriais degradadas ou inacabadas, calçadas, praças ou viadutos e em abrigos naturais, bem como as estruturas móveis (como veículos e barracas). O tipo de domicílio improvisado mais encontrado no Censo 2022 foi o da categoria “tenda ou barraca de lona, plástico ou tecido”, com 57 mil moradores, representando 35,3% dos que estavam em domicílios improvisados, o que equivale a 0,03% da população brasileira. Os domicílios do tipo “estrutura improvisada em logradouro público, exceto tenda ou barraca” tinham 15 mil pessoas.
Essa categoria pode incluir, por exemplo, estruturas de caixas de papelão. Somadas, as duas categorias totalizam 72 mil pessoas. Esse número está inserido em um total de 160 mil pessoas, levando em conta outros tipos de domicílios particulares improvisados. A quantidade de moradores de rua foi impulsionada pela crise econômica e pelo desemprego decorrentes da pandemia. Entre os sem-teto de grandes cidades, como São Paulo, é possível identificar crianças e até famílias inteiras. Com isso, aumenta também a incidência de fome e dependência química. Na contagem do IBGE, ainda há 2 mil pessoas vivendo em veículos, como trailers, caminhões, carros e barcos. O estado de São Paulo concentra o maior número de moradores para todos os tipos de domicílios improvisados, exceto na categoria veículos. A concentração em São Paulo foi especialmente expressiva na categoria “estrutura improvisada em logradouro público, exceto tenda ou barraca” e “estrutura não residencial permanente degradada ou inacabada”, nas quais o Estado registrou, para cada uma, 7 mil moradores.
Em relação ao perfil demográfico dos moradores, todos os tipos de domicílios improvisados apresentaram predominância masculina, com a proporção de homens variando entre 54,3% e 61,7%. Quanto à estrutura etária, os moradores de domicílios improvisados apresentaram uma população mais jovem do que o conjunto da população brasileira. Enquanto as crianças de 0 a 9 anos representavam 13% da população brasileira, esse grupo de idade representava 18,8% dos moradores em tendas ou barracas, 20,5% dos moradores em estruturas improvisadas em logradouro público, 19,6% dos moradores em estruturas não residencial degradada ou inacabada e 19,8% dos moradores em outros tipos de domicílios improvisados. Os moradores dos domicílios improvisados com 15 anos ou mais também apresentaram, em 2022, taxas de analfabetismo superiores às verificadas entre a população como um todo.
Essa situação se repetiu em todos os tipos de domicílios particulares improvisados, com a taxa de analfabetismo dos moradores com 15 anos ou mais variando entre 22,3% entre os moradores de tendas ou barracas e 9% entre moradores de estabelecimentos em funcionamento. Foram relatados ainda domicílios particulares de uso ocasional, no Censo 2022, somando 6,7 milhões. São as estruturas residenciais que eram utilizadas, mas não eram a residência principal de nenhuma pessoa. A categoria abarca casas de veraneio, imóveis residenciais voltados para locação de curta duração, repúblicas de estudante, entre outros. O número de domicílios particulares permanentes vagos chegou a 11,4 milhões. Além disso, conforme o Censo 2022, pelo menos 161 mil pessoas vivem em asilos ou em alguma outra instituição de longa permanência para idosos no Brasil, considerando 22,1 milhões de pessoas com 65 anos ou mais na população total.
A maioria é de mulheres (59,8%) e a taxa de analfabetismo é bem alta, de 31,0%. Tecnicamente, os domicílios coletivos são definidos pelo IBGE como “instituições ou estabelecimentos onde a relação entre as pessoas que nele se encontram seja regida por normas de subordinação administrativa”. Nessa modalidade, há 837 mil pessoas, o equivalente a 0,4% da população total. Embora o percentual desse segmento seja muito baixo, os grupos abarcados são de importância estratégica para a implementação de políticas públicas. O tipo de domicílio coletivo com o maior número de moradores é “penitenciária, centro de detenção e similar”, onde vivem 479 mil pessoas. Em segundo lugar surgem os asilos ou instituições de longa permanência para idosos, que respondem por 19,2% do total. O percentual total de idosos na população é de 10%. As Regiões Sul e Sudeste têm os maiores percentuais de idosos, 12,1% e 12,2%, respectivamente. As duas concentram 82,3% dos moradores de asilos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.