09/Sep/2024
A mobilização de recursos ao financiamento climático nas economias em desenvolvimento e a conclusão de um acordo sobre créditos de carbono são prioridades que serão defendidas pelo Brasil na COP29, a conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas que acontecerá de 11 a 24 de novembro em Baku, no Azerbaijão. Os principais temas a serem levados pelo Brasil à próxima COP foram levantados num debate organizado na sexta-feira (06/09) pela Câmara de Comércio Americana (Amcham Brasil), reunindo o embaixador extraordinário para a mudança do clima do Itamaraty, Luiz Alberto Figueiredo Machado, e o secretário de inovação, desenvolvimento sustentável, irrigação e cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pedro Neto. O embaixador do Azerbaijão no Brasil, Rashad Novruz, também participou.
Segundo o embaixador Figueiredo, existe uma expectativa em se chegar a uma nova meta coletiva de financiamento climático em Baku. Ele observou que os países desenvolvidos assumiram em 2009 o compromisso de mobilizar US$ 100 bilhões ao financiamento climático das economias em desenvolvimento, porém os recursos nunca chegaram a esse nível. Além disso, a necessidade de financiamento passou para a casa dos trilhões de dólares. É preciso um esforço sério de mobilização. Será importante concluir no Azerbaijão um artigo previsto no Acordo de Paris sobre o mercado de carbono, que é peça fundamental na arquitetura da mobilização de fundos para as ações necessárias ao enfrentamento das mudanças do clima.
Será a ocasião para que as regras estejam estabilizadas, de forma que o mercado de carbono cumpra o papel de auxiliar nas reduções de emissões. Foi destacado que, embora existam fundos para a agenda climática, o acesso aos recursos é complexo. Encontrar formas de destravar esses recursos, assegurando, entre outros objetivos, uma transição energética justa, estará no centro das discussões na COP de Baku. O secretário de inovação do ministério da Agricultura, Pedro Neto, afirmou que a agropecuária brasileira está comprometida com o desenvolvimento sustentável. O clima, observou, é um ativo do setor, que passou por uma transformação nas últimas cinco décadas, quando o Brasil passou de importador ao principal fornecedor de alimentos do mundo, sendo fundamental na segurança alimentar de outros países.
O embaixador Luiz Alberto Figueiredo afirmou que o Brasil dará ao mundo todas as condições para que a COP30, que ocorrerá em Belém (PA) no ano que vem, traga resultados no sentido de mitigar os impactos globais exercidos pela mudança do clima. O embaixador diz estar otimista com relação à realização da COP30 no Brasil, que já provou sua capacidade para organizar grandes eventos internacionais. A luta contra a mudança climática é crucial. Mitigar os impactos climáticos é proteger, acima de tudo, a população mais pobre, exatamente aquele que mais sofre com as alterações do clima embora seja a que menos contribui com os impactos no clima. São os mais pobres, os mais vulneráveis, aqueles que nada fizeram para buscar o problema, que mais sofrem com as consequências dele. Então, Belém vai ser uma COP única, disse o embaixador. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.