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06/Sep/2024

Dólar cai com percepção de corte de juros nos EUA

O dólar fechou esta quinta-feira (05/09) em queda firme no Brasil, superior a 1%, com a cotação encerrando abaixo dos R$ 5,60, acompanhando o recuo firme da moeda norte-americana também no exterior, após a divulgação de números piores que o esperado do mercado de trabalho privado nos Estados Unidos. O dólar fechou em baixa de 1,19%, cotado a R$ 5,57. No ano, porém, a divisa acumula elevação de 14,86%. A moeda norte-americana se firmou em baixa ante o Real ainda nos primeiros minutos da sessão, em sintonia com o exterior, onde a divisa dos Estados Unidos também cedia ante outras moedas de emergentes e exportadores de commodities. O principal gatilho para isso foi o relatório da ADP indicando que foram abertas 99.000 vagas de emprego no setor privado dos Estados Unidos em agosto, o menor número desde janeiro de 2021, contra 111.000 em julho.

Economistas previam abertura de 145.000 postos de trabalho, após 122.000 em julho conforme relatado anteriormente. Os números fizeram os rendimentos dos Treasuries apresentarem quedas firmes, em meio à leitura de que a economia dos Estados Unidos pode abrir margem para o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) cortar os juros em 50 pontos-base em setembro; e não apenas em 25 pontos-base. Em paralelo, o dólar perdeu força ante as demais divisas. No Brasil o movimento foi intensificado pela percepção de que, enquanto os Estados Unidos podem cortar mais os juros, o Banco Central do Brasil tende a elevar a taxa básica Selic. A precificação na curva a termo brasileira indicava nesta tarde 90% de probabilidade de alta de 25 pontos-base da Selic este mês e 10% de chance de elevação de 50 pontos-base. Atualmente a taxa básica está em 10,50% ao ano.

Segundo a Manchester Investimentos, o dólar vem perdendo força no mundo com o receio de recessão nos Estados Unidos. E o diferencial de juros também está considerável no Brasil. O mercado já precifica a possibilidade de corte de 50 pontos-base nos Estados Unidos e de alta da Selic no País, o que gera o enfraquecimento do dólar. Neste cenário, após marcar a cotação máxima de R$ 5,65 (+0,20%), na abertura dos negócios, o dólar atingiu a mínima de R$ 5,56 (-1,23%), pouco antes do fechamento. No exterior, a expectativa agora recai sobre a divulgação do relatório "payroll" sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos nesta sexta-feira (06/09). Segundo a B&T Câmbio, se o payroll apresentar uma desaceleração significativa na criação de empregos ou um aumento da taxa de desemprego, a pressão para cortes mais agressivos nos juros dos Estados Unidos aumentará, o que poderá alterar o panorama econômico global, com impactos diretos no câmbio, nas bolsas e nas expectativas de crescimento para 2024.

O dólar seguia em baixa ante a maior parte das demais divisas. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,17%, a 101,090. O Banco Central vendeu todos os 4.010 contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão para rolagem do vencimento de 1º de outubro de 2024. O Banco Central não realizou nenhuma operação extra de swaps nesta quinta-feira (05/09). O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, afirmou que as intervenções realizadas pela autarquia no mercado de câmbio entre sexta-feira (30/08) e segunda-feira (02/08), uma no mercado à vista e duas com contratos de swap cambial, ocorreram para "fornecer liquidez". Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.