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06/Sep/2024

Projeção das exportações do Agronegócio em 2024

De acordo com relatório do Insper Agro Global, as exportações do agronegócio brasileiro devem atingir US$ 168,1 bilhões em 2024, um aumento de 0,97% em relação ao ano anterior. O crescimento ocorre apesar da queda nas exportações de soja, principal commodity do setor, que devem recuar 11%, totalizando US$ 59,9 bilhões. De janeiro a julho de 2024, o Brasil exportou US$ 97,8 bilhões em produtos do agronegócio, uma alta de 0,9% em relação a igual período de 2023. A desvalorização do Real em 12,8% frente ao dólar impulsionou a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional, compensando parte da pressão baixista sobre os preços das commodities, como soja e milho. O complexo soja, que inclui grãos, farelo e óleo, registrou uma queda expressiva nas exportações no primeiro semestre. As vendas de grãos de soja caíram 13,7% em valor, enquanto o farelo e o óleo de soja tiveram retração de 14% e 56%, respectivamente. A recuperação da produção argentina e os estoques globais elevados aumentaram a pressão sobre os preços.

Em julho de 2024, o preço do contrato futuro da soja na Bolsa de Chicago estava em US$ 11,50 por bushel, 15% abaixo do valor registrado em julho de 2023. O relatório também projeta um crescimento de 9% na produção global de soja na safra 2024/2025, com aumento de 10% tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, mas alerta para o impacto potencial do fenômeno La Niña no clima da América do Sul. O crescimento estimado é tímido justamente pelo desempenho da soja, que é o principal produto da pauta de exportação do agronegócio brasileiro. Com preços maiores, o resultado certamente seria muito mais expressivo. As exportações de milho, outro produto chave do agronegócio brasileiro, caíram 41% até julho, devido à menor demanda da China. O Brasil deve fechar o ano com uma produção de 122 milhões de toneladas, 11% a menos do que no ano anterior. No ano passado, a China demandou muito milho do País, especialmente para atender à cadeia local de suinocultura, que diminuiu neste ano. Outro fator que pesou no desempenho foi a superoferta norte-americana do cereal.

Por outro lado, o complexo sucroenergético se destacou como um dos setores com melhor desempenho. As exportações de açúcar subiram 52% no primeiro semestre, alcançando US$ 10,45 bilhões, impulsionadas pela alta nos preços internacionais e pela rápida colheita no Centro-Sul do Brasil. As exportações totais de açúcar e etanol devem chegar a US$ 20,8 bilhões em 2024, um aumento de 20,3% em relação ao ano anterior. O café também teve um desempenho positivo, com exportações que somaram US$ 5,7 bilhões até julho, uma alta de 50% em relação a 2023. O aumento foi impulsionado pela maior demanda global e pela valorização da commodity no mercado internacional. As exportações de café devem alcançar um recorde histórico de US$ 10,1 bilhões até o fim do ano. No setor de algodão, o Brasil se consolidou como o maior exportador mundial em volume, com um crescimento de mais de 200% nas exportações até julho de 2024. O valor exportado deve atingir US$ 5,2 bilhões, um aumento de 56% em relação a 2023.

O crescimento na exportação de outras culturas ajudou a compensar o desempenho da soja, ressaltando o aumento significativo nas vendas de carne bovina. No complexo carnes, o desempenho foi misto até julho deste ano. As exportações de carne bovina cresceram 19%, somando US$ 6,7 bilhões, impulsionadas pela demanda da China e pelo aumento das exportações para os Emirados Árabes Unidos, que triplicaram no período. As exportações de carne de frango caíram 8%, totalizando US$ 5,3 bilhões, devido à redução de cerca de 30% nas compras pela China. No setor de carne suína, houve uma queda de 4%, com a China reduzindo suas importações em mais de 50%, parcialmente compensada pelo aumento das vendas para Filipinas, Japão e Singapura. Para 2024, a projeção é de que as exportações de carne bovina cheguem a US$ 11,6 bilhões, um aumento de 10% em relação a 2023. As exportações de carne de frango devem cair para US$ 8,97 bilhões, uma retração de 5,4%, enquanto a carne suína deve registrar uma leve queda de 3%, com exportações estimadas em US$ 2,71 bilhões. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.