05/Sep/2024
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, defendeu a intensificação da produção de alimentos pelo Brasil sem a necessidade de abertura de novas áreas, ou seja, sem o desmatamento de florestas e vegetação nativa. Na Europa, estão falando em desintensificação da produção de alimentos. Essa é a posição deles. O Brasil pode e deve intensificar sua produção e não precisa mais ser sobre florestas e Cerrado. Anteriormente, a abertura de áreas era a opção, mas agora há outras oportunidades, como o programa nacional de conversão de pastagens degradadas, lançado pelo governo no ano passado.
O projeto do governo federal prevê converter 40 milhões de hectares de áreas degradadas em áreas agricultáveis em até dez anos por meio do Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (PNCPD). Agora, o Executivo busca atrair recursos externos para o financiamento dos projetos aos agricultores, com expectativa de lançamento de linha de crédito específica para essa finalidade até o fim deste ano. O governo trabalha para que o programa se estenda a terras degradadas.
De acordo com o ministro, o Brasil tem hoje 160 milhões de hectares ocupados com pastagens. Deste total, 30 milhões de hectares com bom manejo, de 30 milhões a 40 milhões de hectares em áreas sensíveis pelo aspecto ambiental e de 90 milhões a 100 milhões de hectares de pastagens com baixa produção. Foram identificados, juntamente com a Embrapa, 40 milhões de hectares propícios à produção brasileira. Isso permite praticamente dobrar a produção com capacidade de comportar duas safras, considerando os 76 milhões de hectares ocupados hoje pela agricultura de grãos.
Será possível dobrar a produção sem derrubar uma árvore sequer. Essa é a contribuição brasileira com o futuro. Para o ministro, com o avanço da produção agrícola sobre áreas a serem recuperadas e sem abertura de novas áreas, será o momento de o mundo contribuir com o Brasil com o pagamento de serviços ambientais. “Muitos perguntam: e o direito adquirido no Código Florestal, que é o mais restritivo do mundo e que obriga produtor a conservar até 80% do seu território sem nenhum tipo de uso? Chegou a hora de o mundo realmente cumprir o seu papel de pagar pelos serviços ambientais”, defendeu Fávaro. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.