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04/Sep/2024

PIB do Brasil tem bom desempenho no 2º trimestre

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrou alta de 1,40% no segundo trimestre de 2024 ante o primeiro trimestre. Na comparação com o segundo trimestre de 2023, o PIB apresentou alta de 3,30%. O PIB do segundo trimestre de 2024 totalizou R$ 2,888 trilhões. O avanço do PIB verificado no segundo trimestre de 2024 é o maior desde o 4º trimestre de 2020, quando a atividade cresceu ao ritmo de 3,7%. Mas, apesar do crescimento, o patamar do PIB ainda ficou 5,4% abaixo do pico da série, verificado no 3º trimestre de 2013. O setor agrícola ficou abaixo do que foi visto em 2023, quando a atividade registrou protagonismo na produção do País. O pico da série foi registrado no primeiro trimestre de 2023, e agora a atividade está 5,8% abaixo do patamar daquele período. O recuo de 2,9% no PIB da agropecuária no segundo trimestre de 2024 ante igual período de 2023 se deve às quedas de produção de soja (-4,3%) e milho (-10,3%).

Para além da base de comparação elevada com 2023, o setor também foi afetado pelas enchentes no Rio Grande do Sul. O número geral do setor no segundo trimestre só não foi pior graças a alta nas produções de algodão (+10,8%) e café (+6,6%), graças à lógica de bienalidade da colheita, que alterna safras maiores e menores. Não está sendo um ano muito bom para agropecuária, com os problemas climáticos do fim do ano passado que prejudicaram as safras de verão de soja e milho. O comportamento da agropecuária no segundo trimestre de 2024 incorpora efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul. No setor industrial, o PIB no segundo trimestre de 2024 é o maior desde o primeiro trimestre de 2022, quando atingiu 3,3%. A indústria representa 25,5% do PIB e, junto com serviços, impulsionou o PIB no segundo trimestre. O PIB da indústria registrou alta de 1,80% no segundo trimestre de 2024 ante o primeiro trimestre. Na comparação com o segundo trimestre de 2023, o PIB apresentou avanço de 3,90%.

O PIB da agropecuária registrou baixa de 2,30% no segundo trimestre de 2024 ante o primeiro trimestre. Na comparação com o segundo trimestre de 2023, o PIB apresentou recuo de 2,90%. O PIB de serviços registrou alta de 1,00% no segundo trimestre de 2024 ante o primeiro trimestre. Na comparação com o segundo trimestre de 2023, o PIB apresentou avanço de 3,50%. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) registrou alta de 2,10% no segundo trimestre de 2024 ante o primeiro trimestre. Na comparação com o segundo trimestre de 2023, a FBCF apresentou avanço de 5,70%. A taxa de investimento (FBCF/PIB) do segundo trimestre ficou em 16,80%. A FBCF, que mede o aumento da capacidade produtiva da economia por meio de investimentos em bens de capital, cresceu 2,1% no segundo trimestre do ano contra o trimestre imediatamente anterior e 5,7% na comparação anual. O patamar alcançado é o maior desde o primeiro trimestre de 2015.

Apesar do crescimento, o patamar da FBCF ainda está 13,1% abaixo do segundo trimestre de 2013, quando atingiu o pico. O indicador foi ajudado também pelas eleições municipais, que concentram os investimentos no primeiro semestre do ano, já que a partir de junho estão proibidos até as eleições de outubro. A construção cresceu bem nesse trimestre. Teve crescimento do insumo, da ocupação, de renda da população, programas de incentivo do governo, PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), Nova Indústria Brasil, aumento e crédito para pessoas físicas, juros deram uma diminuída, e isso favorece. E tem a proximidade com período eleitoral. No terceiro trimestre não se pode fazer tantos gastos. O consumo das famílias registrou alta de 1,30% no segundo trimestre de 2024 ante o primeiro trimestre. Na comparação com o segundo trimestre de 2023, o consumo das famílias apresentou avanço de 4,90%. O consumo do governo, por sua vez, subiu 1,30% no segundo trimestre de 2024 ante o primeiro trimestre. Na comparação com o segundo trimestre de 2023, o consumo do governo teve alta de 3,10%.

As exportações cresceram 1,40% no segundo trimestre de 2024 ante o primeiro trimestre. Na comparação com o segundo trimestre de 2023, as exportações apresentaram alta de 4,50%. As importações contabilizadas no PIB, por sua vez, cresceram 7,60% no segundo trimestre de 2024 ante o primeiro trimestre. Na comparação com o segundo trimestre de 2023, as importações apresentaram alta de 14,80%. A contabilidade das exportações e importações no PIB é diferente da realizada para a elaboração da balança comercial. No PIB, entram bens e serviços, e as variações percentuais divulgadas dizem respeito ao volume. Na balança comercial, entram somente bens, e o registro é feito em valores, com grande influência dos preços. A expansão de 4,50% nas exportações de bens e serviços no segundo trimestre deste ano na comparação com igual período de 2023 se deve às vendas ao exterior de petróleo e gás natural; derivados de petróleo; produtos agropecuários; e produtos alimentícios (agropecuários beneficiados).

Pelo lado das importações, que subiram 14,8% na comparação com o segundo trimestre de 2023, está ligada a internalização e veículos; produtos químicos; produtos de metal; agropecuária e serviços. Em agropecuários importados, o maior destaque é justamente a soja. No período, as importações do grão aumentaram para compensar exportações em período imediatamente anterior. As atividades financeiras cresceram 2,00% no segundo trimestre de 2024 ante o primeiro trimestre, enquanto as atividades imobiliárias avançaram 0,90%. As indústrias extrativas caíram 4,40% no segundo trimestre de 2024 ante o primeiro trimestre, informação e comunicação avançaram 1,70% e produção e distribuição de eletricidade, água e esgoto cresceram 4,20%. O comércio cresceu 1,40%, a indústria de transformação avançou 1,80% e a construção cresceu 3,50%. O setor de transporte e armazenagem avançou 1,30%, enquanto as outras atividades de serviços cresceram 0,80%.

A administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social cresceram 1,00%, enquanto a agropecuária recuou 2,30%. A taxa de poupança ficou em 16% do PIB no segundo trimestre de 2024. A taxa de investimento ficou em 16,8% no segundo trimestre de 2024. A agropecuária e a indústria extrativa foram os principais destaques negativos do PIB no segundo trimestre na margem. Apesar de a extração de petróleo ter crescido, ficou abaixo da observada no primeiro trimestre de 2024. Já a agropecuária foi afetada por uma safra menor de soja. As paradas de manutenção nas plataformas de petróleo, medida rotineira das petroleiras, foram responsáveis pela menor extração da commodity no período. Na extrativa, atualmente, o que está pesando é a extração de petróleo. Algumas paradas de manutenção, e também está acontecendo o esgotamento natural dos campos mais maduros. Isso afetou um pouco a extração do petróleo. Teve crescimento, mas foi bem mais baixo do que no trimestre anterior, por isso a taxa negativa em relação ao primeiro trimestre do ano.

O IBGE revisou o PIB do primeiro trimestre de 2024 ante o quarto trimestre de 2023, que passou de 0,8% para 1%. O IBGE revisou ainda o PIB do quarto trimestre de 2023 ante o terceiro trimestre de 2023 de -0,1% para 0,2%. Também revisou a taxa do PIB do segundo trimestre de 2023 ante o primeiro trimestre de 2023, de 0,9% para 0,7%. A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda informou que deve aumentar a sua projeção de crescimento do PIB brasileiro em 2024, de 2,4% para um nível próximo dos 2,9% de 2023, após a forte expansão da atividade no segundo trimestre deste ano. Prospectivamente, o ritmo de crescimento deve seguir acentuado, ainda guiado por impulsos vindos do mercado de trabalho aquecido e pelas melhores condições de crédito a famílias e empresas comparativamente ao ano anterior. O PIB brasileiro cresceu 1,4% no segundo trimestre, na comparação com o primeiro. Esse resultado implica um carrego estatístico positivo de 2,5%, ou seja, significa que o PIB de 2024 crescerá 2,5% mesmo que fique estável na segunda metade do ano.

Os números indicam que os setores mais sensíveis ao ciclo de política monetária e crédito devem continuar direcionando o crescimento da economia, sendo parcialmente compensados pelas expectativas de queda do PIB agropecuário, desaceleração da produção extrativa e menor contribuição do setor externo. Incertezas para esse cenário estão relacionadas, principalmente, a decisões de política monetária, que podem prejudicar a recuperação do mercado de crédito. No resultado do segundo trimestre, na margem, a SPE destaca que a queda da produção agropecuária (-2,3%) foi menor do que o esperado e a alta da indústria (1,8%), maior. Também mencionou positivamente o desempenho dos serviços (1,4%), especialmente os relativos à administração pública (1,0%). Atividades mais sensíveis ao ciclo monetário e de crédito contribuíram em maior magnitude para explicar a expansão da atividade no segundo trimestre, com destaque para o avanço da indústria de transformação, da produção de energia e gás e dos transportes.

Pelo lado da demanda, foi mencionado positivamente o desempenho do consumo das famílias (1,3%), do governo (1,3%) e dos investimentos (2,1%) e a boa absorção da demanda doméstica. Na comparação interanual, pela qual o PIB cresceu 3,3%, a SPE afirma que a alta de 3,9% no PIB industrial reflete a expansão da produção de eletricidade e gás, puxada pelo consumo, que foi estimulado pela bandeira verde, além da construção e da indústria da transformação. No setor de serviços, que avançou 3,5%, destaca-se a aceleração do comércio, transportes e atividades financeiras, entre outros. O ritmo acentuado e expansão dos serviços nessa base de comparação repercute a redução no desemprego, o aumento da massa salarial e as melhores condições no mercado de crédito, além das medidas de suporte às famílias no Rio Grande do Sul. Para o Ministério da Fazenda, a expansão de 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre "prova" que o Brasil tem um ritmo sustentável de crescimento da atividade econômica.

A Pasta está confiante de que o trabalho do governo na consolidação fiscal, na melhoria do ambiente de negócios, na sustentabilidade ambiental e na retomada das políticas sociais são cruciais para os bons dados do PIB. O PIB do segundo trimestre mostra que o Governo recolocou o Brasil no caminho certo. Mesmo desacelerando em relação ao primeiro trimestre, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) veio bem, como é necessário para o País crescer com mais capacidade produtiva e produtividade. A taxa de investimento sobre o PIB foi a 16,8%, maior que a média anual de 2016 a 2023, 16,25%. Pelo lado da oferta, embora agricultura e indústria extrativa, dois importantes subsetores da economia, tenham decrescido, todos os demais subsetores se expandiram, com destaque para os subsetores industriais. Pelo lado da demanda, contribuíram os consumos das famílias e do governo bem como os investimentos.

Segundo a agência de classificação de risco Austin Rating, com o avanço do PIB de 1,4% no segundo trimestre ante o período anterior, o Brasil teve o segundo maior crescimento dentre uma lista de 58 países, elaborada pela com dados já conhecidos para o período. O Peru, com 2,4%, foi o país que mais cresceu. Ao lado do Brasil, com a mesma taxa de crescimento, figuram Arábia Saudita e Noruega. Imediatamente atrás do Brasil ficaram Irlanda (1,2%), Holanda (1%), Indonésia (0,9%), em terceiro, quarto e quinto lugares, respectivamente. Empatados em sexto lugar, com expansão de 0,8%, figuram Croácia, Espanha, Japão, Sérvia e Tailândia. As duas maiores economias do mundo, Estados Unidos e China, tiveram incremento de 0,7% e ficaram, no sétimo lugar, empatadas com Chipre, Lituânia e Malásia. Outras das maiores economias do mundo tiveram desempenho mais modesto: Reino Unido (0,6%), no 8º lugar; Canadá (0,5%), no 9º lugar; França (0,3%), no 11º lugar; e Itália (0,2%), no 12º lugar.

No campo negativo apareceram Alemanha (-0,1%), no 15º lugar; Coreia do Sul (-0,2%), em 16º; Suécia (-0,3%), em 17º; e Chile (-0,6%), em 18º. Segundo a Austin, o Brasil deve ocupar a 8ª posição no ranking de maiores economias do mundo neste ano e no próximo. A Agência usa projeções de crescimento feitas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e o volume estimado para o PIB de diferentes países em dólares. Pelas previsões do FMI, o PIB brasileiro cresceria 2,1% em 2024 em 2025. Em 2023, a alta de 2,9% no PIB brasileiro já tinha feito o Brasil subir duas posições nesse ranking das maiores economias do mundo, passando da 11ª colocação em 2022 para a 9ª posição no ano passado. A nova projeção com o País na 8ª colocação geral representa mais um avanço, portanto. Com uma expansão projetada de 2,1% em 2024 e em 2025, o Brasil superaria as economias da Itália, Canadá, Rússia, México, Austrália, Coreia e Espanha, sendo menor somente que a dos Estados Unidos, China, Alemanha, Japão, Índia, Reino Unido e França. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.