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04/Sep/2024

Impacto de apostas online no orçamento das famílias

De acordo com dados de pesquisa inédita feita pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP) para avaliar o impacto das apostas online, legalizadas em 2018, as ‘bets’ ganharam outras funcionalidades para os apostadores que moram na cidade de São Paulo. Apesar de a grande maioria (59%) buscar os jogos como forma de entretenimento e diversão, um quarto dos paulistanos procura obter dinheiro rápido com os jogos e 9% consideram as apostas como investimento. Somente 6% admitem o jogo como um vício. A enquete foi presencial e ouviu 3.622 pessoas, entre os dias 12 e 19 de julho. Os 25% que jogam para obter dinheiro rápido somados aos 9% que encaram as apostas online como investimentos estão correndo um grande risco. É um grande erro ter essa percepção, pois esse comportamento pode trazer danos a médio e longo prazos para a saúde financeira das famílias. O principal motivo que leva as pessoas a apostarem com esses objetivos é a falta de educação financeira.

A outra razão poderia ser um aperto no orçamento. Mas, a conjuntura atual da inadimplência e do endividamento tem mostrado dados favoráveis nesses dois indicadores. De acordo com Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da entidade, a fatia de famílias inadimplentes recuou de 20,8% em junho para 19,9% em julho. No caso daquelas que declaram que não vão conseguir pagar as dívidas, eram 8,8% das famílias em junho e o índice caiu para 8,2% em julho, a menor marca desde janeiro de 2022. As bets movimentaram R$ 100 bilhões em 2023, de acordo com projeções da Strategy& Brasil, consultoria estratégica da PwC, e acenderam o alerta do Banco Central, de instituições financeiras e do varejo. Segundo o Instituto Jogo Legal, que representa o setor, o mercado de apostas brasileiro chegou ao estágio atual em razão da falta de regulamentação no prazo inicialmente previsto, que era de dois anos após a aprovação da lei prorrogável por mais dois anos.

Segundo a Levante, empresa de avaliação de investimentos, é um erro encarar as apostas como investimento. Considerar jogo como aplicação revela a falta de educação financeira da população. Mas, tem uma parte de apostadores que fala que jogo é investimento para justificar o vício. Tanto nas aplicações como no jogo há um risco. A diferença, porém, é que o dano no caso dos investimentos é mensurável. Ou seja, é possível determinar qual é a exposição que se quer ter. Já no jogo, que é um evento cujo resultado é aleatório e, a depender de sorte, a perda é de 100%. A intenção da pesquisa foi avaliar o impacto das apostas online no comportamento do consumidor. Do total consultado, 17% declararam que fazem algum tipo de aposta nas bets. Esse resultado é compatível com outros mercados no mundo, onde esse tipo de jogo já é legalizado há mais tempo. Nos Estados Unidos, por exemplo, a fatia da população que aposta nas bets varia entre 10% e 15%. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.