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02/Sep/2024

Taxa de desemprego mantém a tendência de baixa

De acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados na sexta-feira (30/08) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação no Brasil ficou em 6,8% no trimestre encerrado em julho. Em igual período de 2023, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 7,9%. No trimestre encerrado em junho de 2024, a taxa de desocupação estava em 6,9%. A renda média real do trabalhador foi de R$ 3.206,00 no trimestre encerrado em julho. O resultado representa alta de 4,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 322,398 bilhões no trimestre até julho, alta de 7,9% ante igual período do ano anterior. A taxa de desocupação de 6,8% registrada no trimestre terminado em julho de 2024 foi o menor resultado para esse período do ano em toda a série histórica da Pnad Contínua, iniciada em 2012 pelo IBGE.

O resultado de julho de 2024 representou ainda o menor patamar de desemprego desde o trimestre móvel terminado em dezembro de 2014, quando a taxa foi de 6,6%. No trimestre encerrado em junho de 2024, a taxa foi de 6,9%. No trimestre terminado em julho de 2023, a taxa estava em 7,9%. O País registrou um recorde de 102,031 milhões de trabalhadores ocupados no trimestre terminado em julho. Houve uma abertura de 1,227 milhão de vagas no mercado de trabalho em apenas um trimestre. Em um ano, o contingente de ocupados aumentou em 2,687 milhões de pessoas. A população desocupada diminuiu em 783 mil pessoas em um trimestre, totalizando 7,431 milhões de desempregados no trimestre até julho. A população desocupada somou o menor contingente desde o trimestre terminado em janeiro de 2015. Em um ano, 1,090 milhão de pessoas deixaram o desemprego no País.

A população inativa somou 66,741 milhões de pessoas no trimestre encerrado em julho, 81 mil inativos a menos que no trimestre anterior. Em um ano, houve diminuição de 129 mil pessoas. O nível da ocupação, percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, passou de 57,3% no trimestre encerrado em abril para 57,9% no trimestre até julho, o maior para esse período do ano desde 2014. No trimestre terminado em julho de 2023, o nível da ocupação era de 56,9%. O País registrou contingente recorde de trabalhadores ocupados tanto no setor privado quanto no setor público no trimestre terminado em julho. O trimestre mostrou uma abertura de 353 mil vagas com carteira assinada no setor privado em relação ao trimestre encerrado em abril. Na comparação com o mesmo trimestre de 2023, 1,546 milhão de vagas foram criadas no setor privado. O total de pessoas com carteira assinada no setor privado subiu a 38,542 milhões de trabalhadores no trimestre até julho, um recorde na série histórica iniciada em 2012.

O contingente de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado aumentou a 13,916 milhões de pessoas, também um ápice da série histórica. O resultado significa 378 mil de vagas a mais nessa condição do que no trimestre anterior. Em relação ao trimestre até julho de 2023, foram criadas 689 mil vagas sem carteira no setor privado. O trabalho por conta própria perdeu 22 mil pessoas em um trimestre, para um total de 25,428 milhões de trabalhadores. O resultado representa 164 mil pessoas a mais trabalhando nesta condição na comparação com o mesmo período do ano anterior. O número de empregadores aumentou em 96 mil em um trimestre, para 4,252 milhões de pessoas. Em relação a julho de 2023, o total de empregadores teve um aumento de 47 mil empregadores. O País teve uma queda de 35 mil pessoas no trabalho doméstico em um trimestre, para um total de 5,833 milhões de pessoas. O resultado representa queda de 45 mil trabalhadores ante o mesmo trimestre do ano anterior.

O setor público teve 424 mil pessoas a mais no trimestre terminado em julho ante o trimestre encerrado em abril, para um recorde de 12,695 milhões de ocupados. Na comparação com o trimestre até julho de 2023, foram abertas 436 mil vagas no setor público. O Brasil registrou 3,213 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em julho. A população desalentada desceu assim ao menor contingente registrado desde o trimestre encerrado em junho de 2016. O País tinha 242 mil desalentados a menos em relação ao trimestre encerrado em abril, um recuo de 7,0%. Em um ano, 447 mil pessoas deixaram a situação de desalento, baixa de 12,2%. A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga.

Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial. No trimestre terminado em julho, faltou trabalho para 18,735 milhões de pessoas no País. A população subutilizada desceu assim ao menor contingente desde o trimestre encerrado em dezembro de 2015. A taxa composta de subutilização da força de trabalho foi a mais baixa para trimestres até julho desde 2014, ao descer de 17,4% no trimestre até abril para 16,2% no trimestre até julho. No trimestre até julho de 2023, a taxa de subutilização da força de trabalho estava em 17,7%. O indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial, pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar. A população subutilizada caiu 6,9% ante o trimestre até abril, 1,394 milhão de pessoas a menos. Em relação ao trimestre até julho de 2023, houve um recuo de 7,8%, menos 1,590 milhão de pessoas.

A taxa de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas ficou em 4,9% no trimestre até julho, ante um patamar de 5,2% no trimestre até abril. Em todo o Brasil, há 5,002 milhões de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas. O indicador inclui as pessoas ocupadas com uma jornada inferior a 40 horas semanais que gostariam de trabalhar por um período maior. Na passagem do trimestre até abril para o trimestre até julho, houve um recuo de 212 mil pessoas na população nessa condição. O País tem 154 mil pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas a menos em um ano. Seis das dez atividades econômicas registraram contratações no trimestre encerrado em julho. Na passagem do trimestre terminado em abril para o trimestre encerrado em julho, houve demissões apenas em transporte e armazenagem, menos 48 mil vagas; serviços domésticos, menos 29 mil; indústria, menos 46 mil; e agricultura, pecuária e aquicultura, menos 23 mil.

Houve geração de postos de trabalho em informação, comunicação e atividades financeiras, profissionais e administrativas (199 mil), comércio (368 mil), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (584 mil), construção (90 mil), outros serviços (93 mil) e alojamento e alimentação (48 mil). Em relação ao patamar de um ano antes, houve contratações no comércio (482 mil), indústria (211 mil), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (654 mil trabalhadores a mais), alojamento e alimentação (83 mil), construção (338 mil pessoas), outros serviços (284 mil), informação, comunicação e atividades financeiras (682 mil) e transporte (352 mil). Agricultura dispensou 365 mil pessoas, e serviços domésticos perderam 27 mil ocupados. O País registrou uma taxa de informalidade de 38,7% no mercado de trabalho no trimestre até julho de 2024. Havia 39,446 milhões de trabalhadores atuando na informalidade no período.

Em um trimestre, 411 mil pessoas passaram a atuar como trabalhadores informais. O total de vagas no mercado de trabalho como um todo no período cresceu em 1,227 milhão de postos de trabalho. Ou seja, o avanço no emprego foi majoritariamente impulsionado pela geração de postos de trabalho formais. Em um trimestre, na informalidade, houve elevação de 378 mil empregos sem carteira assinada no setor privado, de 10 mil empregadores sem CNPJ, de 20 mil trabalhadores domésticos sem carteira assinada e de 32 mil pessoas atuando no trabalho familiar auxiliar. Porém, o mercado registrou enxugamento de 28 mil pessoas no trabalho por conta própria sem CNPJ. A população ocupada atuando na informalidade cresceu 1,1% em um trimestre. Em relação a um ano antes, o contingente de trabalhadores informais aumentou em 523 mil pessoas, alta de 1,3%.

A massa de salários em circulação na economia aumentou em R$ 23,475 bilhões no período de um ano, para R$ 322,398 bilhões, uma alta de 7,9% no trimestre encerrado em julho de 2024 ante o trimestre terminado em julho de 2023. Na comparação com o trimestre terminado em abril de 2024, a massa de renda real subiu 1,9% no trimestre terminado em julho, R$ 6,036 bilhões a mais. O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve uma alta real de 0,7% na comparação com o trimestre até abril, R$ 22,00 a mais, para R$ 3.206,00. Em relação ao trimestre encerrado em julho de 2023, a renda média real de todos os trabalhadores ocupados subiu 4,8%, R$ 148,00 a mais. A renda nominal, ou seja, antes que seja descontada a inflação no período, cresceu 1,7% no trimestre terminado em julho ante o trimestre encerrado em abril. Na comparação com o trimestre terminado em julho de 2023, houve elevação de 9,3% na renda média nominal.

A taxa de desemprego mantém a tendência de queda no País, com melhora tanto quantitativa como qualitativa do emprego. Há geração contínua de vagas, acompanhada por uma expansão da formalidade e da alta no rendimento. O crescimento quantitativo da ocupação, via expansão da formalidade, e o crescimento do rendimento trazem um cenário bem importante para o mercado de trabalho atualmente. A taxa de desemprego passou de 7,5% no trimestre móvel encerrado em abril para 6,8% no trimestre encerrado em julho. O resultado tinha sido de 6,9% no trimestre móvel terminado em junho (série considerada não comparável pelo IBGE, por haver repetição de dois terços da amostra). A melhora no emprego alimenta um ciclo virtuoso: a existência de mais trabalhadores ocupados, com ganho de renda, resulta em mais consumo, o que leva atividades econômicas a efetivarem mais contratações para atender à alta na demanda.

Há uma melhoria importante da renda do trabalho, e parte importante do consumo vem da renda. A renda é âncora importante para o consumo. Simbioticamente, o mercado de trabalho gera demanda para si próprio. O crescimento de emprego com aumento de renda, alimentando o consumo, gera mais empregos. A população desocupada segue em queda, reprisando o comportamento dos últimos meses. A melhoria do mercado de trabalho que se dá pela expansão do consumo das famílias, acompanhado de crescimento da renda, é que acaba gerando mais trabalhadores ocupados. Embora a população ocupada atuando na informalidade tenha aumentado no trimestre até julho, para 39,446 milhões de pessoas, a expansão da ocupação no trimestre ocorreu majoritariamente via formalidade. Dois terços de todos os empregos gerados no mercado de trabalho no trimestre foram formais.

A ocupação como um todo vem crescendo, e ela cresce tanto pela população ocupada informalmente como a população ocupada formalmente. A informalidade é uma forma de inserção extremamente significativa, em termos de volume, para a composição do mercado de trabalho brasileiro, mas há também um movimento "importante" de expansão do emprego formal. O País registrou contingente recorde de trabalhadores ocupados tanto no setor privado quanto no setor público no trimestre terminado em julho. Esse crescimento do mercado de trabalho, seja via formalidade ou informalidade, tem ocorrido sem a repressão do salário. Há crescimento do número de trabalhadores, mas também da remuneração, do rendimento que esse trabalhador aufere da ocupação. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.