30/Aug/2024
Os efeitos da mudança climática no Brasil e no mundo trouxeram novos desafios para a indústria global. Descarbonização, energia sustentável e desglobalização são alguns dos temas mais discutidos ao se debater a renovação do mercado nacional e internacional. Com isso, visões desenvolvimentistas, que pedem mais intervenção do Estado, e liberais, que querem um mercado mais livre, se misturam nas estratégias para a área. Porém, como não repetir erros e transformar oportunidades em realidades para proteger e desenvolver a indústria brasileira? Qual é a melhor forma de o Estado trabalhar com o setor privado? É respeitando a lei dos preços, os marcos contratuais institucionais, mas que, no final das contas, faça com que o país se torne mais rico, mais produtivo, que gere mais bem-estar para si próprio e para o resto do mundo. Isso passa pela indústria.
Entre visões desenvolvimentistas e liberais, uma política para a área da indústria deve considerar o status quo da limitação fiscal da América Latina e aproveitar a transformação ecológica na economia global. A ponte entre as diferentes perspectivas é o País investir em suas vantagens comparativas, como a energia verde, a água, a biodiversidade e a produção de carne. Ressalta-se a potencialidade do “powershoring”, que é a capacidade do País de atrair recursos e acolher estratégias de empresas que são intensivas em energia e água e que precisam descarbonizar por questões de compliance e de competitividade internacional. O Brasil, talvez melhor do que qualquer outro país, pode ser o principal destino do mundo para powershoring. O mundo demanda hoje descarbonização, segurança hídrica, alimentar e energética. O Brasil tem vantagem em tudo isso.
O desafio é explorar as vantagens comparativas, como a indústria do agronegócio e a produção de gás e óleo, ao mesmo tempo que expande para outras áreas mais competitivas. Para criar uma política industrial eficiente para o Brasil, é preciso parar de pensar a indústria como setores separados. O programa Nova Indústria Brasil (MIB), um plano de estímulo à indústria brasileira do governo Lula, trabalha com o conceito de missões. As áreas contempladas pelo plano são cadeias agroindustriais; saúde; bem-estar das pessoas nas cidades; transformação digital; bioeconomia, descarbonização, transição e segurança energética; e defesa. Eles se combinam porque a ideia é, através da transformação ecológica, construir uma nova indústria. Porém, as políticas precisam ser acompanhadas de instrumentos de monitoramento e medição e que tenham prazo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.