28/Aug/2024
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) subiu 0,19% em agosto, após ter avançado 0,30% em julho. Com esse resultado, o IPCA-15 registrou um aumento de 3,02% no acumulado do ano. Em 12 meses, a alta foi de 4,35%, ante taxa de 4,45% até julho. A alta registrada em agosto foi a mais branda desde julho de 2023, quando recuou 0,07%. Considerando apenas meses de agosto, o resultado foi o mais baixo desde 2022, quando houve queda de 0,73%. O resultado fez a taxa acumulada em 12 meses voltar a desacelerar, após dois meses seguidos de avanços. Em agosto de 2023, o IPCA-15 tinha registrado alta de 0,28%. Os preços de Alimentação e bebidas caíram 0,80% em agosto, após queda de 0,44% em julho. O grupo deu uma contribuição negativa de 0,17% para o IPCA-15. Entre os componentes do grupo, a alimentação no domicílio teve queda de 1,30% em agosto, após ter recuado 0,70% no mês anterior. A alimentação fora do domicílio subiu 0,49%, ante alta de 0,25% em julho.
Os alimentos voltaram a ficar mais baratos em agosto. As famílias pagaram menos pelo tomate (-26,59%), cenoura (-25,06%), batata-inglesa (-13,13%) e cebola (-11,22%). O tomate liderou o ranking de contribuições negativas para o IPCA-15 do mês, ajudando a conter a inflação em -0,08%. O subitem foi seguido pela batata-inglesa, com impacto de -0,04%. A cebola ajudou a deter a inflação em -0,03%. Por outro lado, houve aumento em agosto no café moído: alta de 3,66% e contribuição de 0,02%. O custo da alimentação no domicílio caiu 1,30% em agosto. A alimentação fora do domicílio aumentou 0,49%. A refeição fora de casa subiu 0,37%, e o lanche avançou 0,76%. Os preços de Transportes subiram 0,83% em agosto, após alta de 1,12% em julho. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,17% para o IPCA-15 no mês. Os preços de combustíveis tiveram alta de 3,47% em agosto, após avanço de 1,39% no mês anterior. A gasolina subiu 3,33%, após ter registrado alta de 1,43% em julho, enquanto o etanol avançou 5,81% nesta leitura, após alta de 1,78% na última.
Os gastos das famílias brasileiras com Habitação passaram de uma elevação de 0,49% em julho para aumento de 0,18% em agosto, uma contribuição positiva de 0,03% para o IPCA-15 deste mês. A energia elétrica residencial passou de alta de 1,20% em julho para um recuo de 0,42% em agosto, com o retorno da bandeira tarifária de amarela para verde. A energia elétrica ajudou a conter o IPCA-15 de agosto em -0,02%. Por outro lado, houve pressão do gás de botijão, que aumentou 1,93% em agosto, uma contribuição positiva de 0,02%. A taxa de água e esgoto subiu 0,13%. O gás encanado aumentou 0,17%. Os gastos das famílias brasileiras com Educação passaram de uma elevação de 0,06% em julho para uma alta de 0,75% em agosto, uma contribuição positiva de 0,05% para o IPCA-15 deste mês. O avanço no grupo foi puxado pelos cursos regulares, que subiram 0,77% em agosto, devido a reajustes, principalmente, nos subitens ensino superior (1,13%) e ensino fundamental (0,57%). Os cursos diversos aumentaram 0,47% em agosto, influenciados pela alta de 0,96% nos cursos de idiomas.
Os gastos das famílias brasileiras com Saúde e cuidados pessoais passaram de uma elevação de 0,33% em julho para uma alta de 0,27% em agosto, uma contribuição positiva de 0,04% para o IPCA-15 deste mês. Em agosto, o avanço nos gastos com saúde foi pressionado pela alta de 0,58% nos planos de saúde. O subitem exerceu a terceira maior pressão individual sobre a inflação do mês, uma contribuição de 0,02% para o IPCA-15, atrás apenas dos impactos da gasolina (0,17%) e do etanol (0,04%). Oito dos nove grupos de produtos e serviços que integram o IPCA-15 registraram altas de preços em agosto. Houve deflação apenas em Alimentação e bebidas, recuo de 0,80%, uma contribuição negativa de -0,17% para o IPCA-15 no mês. Os grupos com aumentos foram Transportes (0,83%, impacto de 0,17%), Habitação (0,18%, impacto de 0,03%), Educação (0,75%, impacto de 0,05%), Artigos de residência (0,71%, impacto de 0,03%), Saúde e cuidados pessoais (0,27%, impacto de 0,04%), Vestuário (0,09%, impacto de 0,00%), Despesas pessoais (0,43%, impacto de 0,04%) e Comunicação (0,09%, impacto de 0,00%). O resultado geral do IPCA-15 em agosto foi decorrente de altas de preços em oito das onze regiões pesquisadas. A taxa mais branda ocorreu em Salvador -BA (-0,11%), enquanto a mais acentuada foi registrada em Recife - PE (0,50%).
O aumento de 3,33% nos preços da gasolina exerceu a maior pressão sobre IPCA-15 de agosto. A contribuição do subitem para a variação do índice foi de 0,17%, enquanto a inflação cheia chegou a 0,19%. Também figuraram no ranking de maiores pressões sobre o IPCA-15 de agosto os itens etanol (alta de 5,81% e impacto de 0,04%), plano de saúde (0,58% e 0,02%), gás de botijão (1,93% e 0,02%) e ensino superior (1,13% e 0,02%). Na direção oposta, o tomate foi o item de maior influência negativa sobre a inflação de agosto, com queda de 26,59% e contribuição de -0,08%. Outros itens no ranking de maiores alívios sobre o IPCA-15 do mês foram batata-inglesa (queda de 13,13% e impacto de -0,04%), passagem aérea (-4,63% e -0,03%), cebola (-11,22% e -0,03%) e cenoura (-25,06% e -0,02%). O recuo nos preços das passagens aéreas deteve apenas parcialmente a pressão sobre a inflação exercida pelo encarecimento da gasolina e do etanol em agosto. A gasolina aumentou 3,33% em agosto, a maior contribuição para a inflação apurada pelo IPCA-15. O etanol aumentou 5,81%, segundo maior impacto sobre o IPCA-15 do mês. Os combustíveis subiram 3,47%. Houve aumentos também no gás veicular (1,31%) e no óleo diesel (0,85%). Por outro lado, as passagens aéreas recuaram 4,63% em agosto, ajudando a conter a inflação.
Segundo a Quantitas, a desaceleração da alta do IPCA-15, a 0,19% em agosto ante 0,30% em julho, diminui a probabilidade de aumento da Selic, mas é preciso cautela para avaliar o impacto do indicador na condução da política monetária pelo Banco Central. Os núcleos vieram em linha com o esperado nesta leitura. Contudo, os serviços subjacentes vieram abaixo das expectativas. Esse é o aspecto mais benigno do número. Os serviços de aluguel, de seguro de veículos e os serviços intensivos em trabalho foram os responsáveis pela desaceleração da abertura. Chama atenção o risco de a desvalorização cambial impactar a inflação de bens, como eletrodomésticos, eletroeletrônicos e veículos no segundo semestre. A expectativa para a inflação em setembro é de que haja aumento na tarifa de energia elétrica residencial, com a mudança da bandeira tarifária verde para a amarela. O grupo Alimentação e bebidas deve reduzir o ímpeto de queda e ficar próximo da estabilidade. Esses dois elementos juntos devem fazer a inflação de setembro ser maior do que a inflação de agosto. Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.