28/Aug/2024
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou que é muito difícil estimar, neste momento, os prejuízos provocados pelos incêndios no Estado, mas que seguramente eles vão passar de R$ 1 bilhão. Ele mencionou que mais de 20 mil hectares de áreas foram queimados, resultando na destruição de muitas instalações, perda de animais e lavouras. Em relação às causas do fogo, há divergências com o governo federal. O governador lamentou especialmente o impacto sobre os produtores de cana-de-açúcar, ressaltando a importância dessa cultura para a balança comercial de São Paulo. De acordo com o governador, os últimos focos de incêndio, observados nas cidades de Pedregulho e Paulo de Faria, foram extintos e não há nenhum foco ativo no estado de São Paulo, que chegou a enfrentar mais de 2 mil focos. No entanto, Defesa Civil e bombeiros continuam mobilizados, uma vez que as condições climáticas favoráveis a incêndios devem voltar nesta semana.
Com os focos de incêndio extintos, o governo estadual se prepara para criar e implementar medidas a fim de amenizar os prejuízos causados ao agronegócio pelas queimadas. Caso da subvenção de R$ 100 milhões para o seguro rural, que tem o objetivo de tornar o acesso ao seguro mais acessível para os produtores. Além disso, há uma linha de crédito de R$ 10 milhões do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista para pequenos produtores, com taxa de juros zero e carência de dois anos, anunciada no domingo (25/08). É um recurso que vai poder ser empregado no custeio para dar o reinício para recuperar lavouras e animais. O governo federal e o governo de São Paulo apontam suspeitas diferentes para a origem das queimadas que têm causado transtornos no interior de São Paulo desde o fim da semana passada. O Ministério do Meio Ambiente vê indícios de crime orquestrado. Já o governo estadual diz que prendeu três suspeitos e investiga crimes, mas nega ver sinais de ação organizada. O Ibama afirma que o início dos focos de forma quase simultânea na sexta-feira (23/08) é um indício de ação orquestrada.
Já a gestão Tarcísio diz que não há até agora elementos que conectem as ocorrências e que acredita que o espalhamento rápido se deve às condições climáticas adversas. O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, afirmou que a maioria dos incêndios iniciados em São Paulo aconteceu em decorrência da ação humana A parte estranha é que, de fato, as ignições aconteceram quase todas no mesmo momento. Obviamente também estava quente, baixa umidade, ventando. Por outro lado, segundo Agostinho, também chama a atenção a falta de raios nos últimos dias, o que resultaria em ignições espontâneas. Cria uma desconfiança, mas tem de ser investigado. Ele também descarta participação de produtores de fazendas de cana-de-açúcar, pois acabou a queima há muito tempo. E, em São Paulo, as usinas não têm mais essa prática. As usinas aproveitam a palha para gerar energia dentro da própria usina. Não faz sentido que elas tenham colocado fogo. Tarcísio de Freitas afirmou que o Estado “não vai tolerar” delitos desse tipo, ao citar o caso de um homem detido em Batatais, que estava com um galão de gasolina e disse pertencer a uma facção criminosa. Ele, porém, destaca não ver indícios de ação coordenada.
A Polícia Civil investiga, por exemplo, se foi criminoso um incêndio que destruiu dezenas de veículos em um depósito em Dumont, cidade a cerca de 20 quilômetros de Ribeirão Preto, no sábado (24/08). Segundo a polícia, os veículos eram particulares e haviam sido recolhidos em função de irregularidades. O espaço fica próximo de uma área rural com plantação de cana-de-açúcar. Pelas informações preliminares, o fogo começou nessa área e se alastrou, atingindo os carros. O Centro de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden) e o Painel Internacional para Mudanças Climáticas (IPCC) da Organização das Nações Unidas (ONU) acreditam que um grande número de incêndios pode ter sido criminoso, mas se espalhou rapidamente por causa das condições climáticas. A maior parte dos incêndios em São Paulo começou na sexta-feira (23/08), às 12h30. Não existe fenômeno natural com hora marcada para começar. Há forte indício de que os incêndios foram provocados. O Ministério da Agricultura acompanha a situação dos incêndios florestais no interior de São Paulo, que atingem áreas agrícolas da região.
O Ministério da Agricultura poderá atuar tanto conjuntamente com governo estadual quanto com os governos municipais em ações preventivas e de controle. Além disso, o essencial é prosseguir a investigação de ocorrência de crime nesse processo. A prática da queimada foi praticamente abolida há tempos da cultura sucroalcooleira tanto pelo motivo ambiental quanto pela questão econômica, porque um solo mais rico em nutrientes produz melhor. O governo de São Paulo estima que cerca de cinco mil propriedades rurais em quase 200 municípios foram afetadas pelos incêndios. O prejuízo preliminar ao agronegócio calculado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo é de R$ 1 bilhão. O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá ter uma reunião com um grupo de governadores de Estados afetados por incêndios ainda nesta semana.
O secretário estadual de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Guilherme Piai, estima que cerca de 5,2 mil propriedades rurais e perto de 105 municípios foram afetados pelos incêndios que atingem o Estado. Considerando apenas o setor sucroenergético, o prejuízo é de cerca de R$ 400 milhões. Já foram dois anos de estiagem que causaram prejuízos bilionários para o agro de São Paulo. Entre as medidas adotadas pelo governo estadual no enfrentamento aos incêndios, estão a criação de um gabinete de crise e uma linha de crédito com juros zero e carência de dois anos por meio do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap). Para o setor de fertilizantes, foi criado um Centro de Solos e Fertilizantes do Estado de São Paulo em parceria com o Instituto Agronômico (IAC). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.