27/Aug/2024
A recente paralisação ferroviária no Canadá continua a causar atrasos significativos no carregamento de navios graneleiros nos portos da costa oeste do país, mesmo após a decisão do governo de encerrar a paralisação nas duas maiores ferrovias. Traders e analistas alertam que mais de 20 navios de carga a granel estão em risco nos portos da Colúmbia Britânica, ou a caminho deles, devido aos baixos estoques de grãos disponíveis para carregamento. O impacto mais significativo é sentido nas exportações de canola e trigo, com o Canadá sendo o maior produtor mundial de canola e o terceiro maior exportador de trigo.
Os exportadores estão enfrentando a possibilidade de multas elevadas por sobreestadia, que podem chegar a dezenas de milhares de dólares por dia, caso os navios permaneçam parados aguardando os suprimentos. Embora os trabalhadores da Canadian National Railway (CNR) tenham retornado ao trabalho na sexta-feira (23/08), o sindicato já anunciou uma nova greve, em desafio à decisão do governo de encerrar a paralisação. Além disso, a Canadian Pacific Kansas City (CP) ainda não suspendeu seu bloqueio, agravando a situação.
Segundo a Soy Transportation Coalition, a situação ferroviária no Canadá permanece incerta, representando uma ameaça ao fluxo de grãos dos campos canadenses para os terminais de exportação. Se as interrupções continuarem, há o risco de que as vendas agendadas para o outono também sejam canceladas. No dia 19 de agosto, havia 20 navios graneleiros ancorados ou a caminho do Porto de Vancouver, destinados ao carregamento de 638.900 toneladas métricas de canola e 428.200 toneladas de trigo.
A maior parte da canola seria exportada para a China, enquanto o trigo tinha como destino vários países na Ásia, América do Sul e África. No entanto, os compromissos de exportação superam em muito os estoques comerciais disponíveis nos portos, exacerbando os desafios logísticos. A continuidade da paralisação ferroviária não só ameaça as exportações canadenses, como também coloca em risco o cumprimento dos compromissos internacionais, podendo levar exportadores a declararem força maior ou acumularem taxas de sobreestadia. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.