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26/Aug/2024

Dólar cai com perspectiva de corte de juros nos EUA

Depois de disparar quase 2% na quinta-feira (22/08) no Brasil, o dólar despencou outros 2% na sexta-feira (23/08), para abaixo dos R$ 5,50, acompanhando a queda generalizada da moeda norte-americana no exterior, após o chair do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, defender o início dos cortes de juros nos Estados Unidos. O dólar fechou em baixa de 1,97%, cotado a R$ 5,47. Na semana passada, porém, a divisa ainda acumulou alta de 0,22%. Bastante aguardada pelos mercados globais, a participação de Powell no simpósio de Jackson Hole reforçou as apostas de que o Federal Reserve de fato começará a cortar juros em setembro. Powell defendeu que "chegou a hora" de o Fed cortar sua taxa de juros, uma vez que os riscos crescentes para o mercado de trabalho não deixam espaço para mais fraqueza e a inflação está a caminho de alcançar a meta de 2%. Na prática, foi um apoio explícito ao afrouxamento da política monetária.

“Os riscos de alta para a inflação diminuíram. E os riscos de queda para o emprego aumentaram”, disse Powell. "Chegou a hora de ajustar a política. A direção a ser seguida é clara, e o momento e o ritmo dos cortes nos juros dependerão dos dados que chegarem, da evolução das perspectivas e do equilíbrio dos riscos." Em reação à fala de Powell, investidores foram em busca de ativos de maior risco, como ações e moedas de países emergentes, o que se traduziu na queda global do dólar. No Brasil, após marcar a cotação máxima de R$ 5,58 (-0,10%) na abertura da sessão, o dólar atingiu a mínima de R$ 5,47 (-2,06%) à tarde. Segundo a Correparti Corretora, as questões locais do Brasil foram praticamente deixadas de lado em função das declarações de Powell, dizendo que chegou a hora de mexer nos juros. Isso tirou um peso do mercado e os investidores foram em busca de ativos de risco. Uma taxa de juros mais baixa nos Estados Unidos favorece o diferencial de juros para o Brasil, que se torna mais atrativo aos investimentos internacionais.

Além de Powell, o movimento do câmbio no Brasil foi resultado de certa recomposição de posições, após a disparada do dólar na véspera. Internamente, a principal questão ainda é se o Banco Central elevará ou não a taxa básica Selic em setembro, como vem sendo precificado pelo mercado. A probabilidade de alta de 25 pontos-base da Selic em setembro está em 90%, conforme precificação da curva a termo brasileira. Há outros 10% de probabilidade de manutenção da taxa em 10,50% ao ano. Segundo o Banco Master, se o Banco Central não subir juros na próxima reunião, o Real deve se desvalorizar mais e o juro longo deve subir. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,78%, a 100,670. O Banco Central vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional em leilão para fins de rolagem do vencimento de 1º de outubro de 2024. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.