ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

26/Aug/2024

Canadá: ferroviários ameaçando nova paralisação

O sindicato Teamsters informou na sexta-feira (23/08) que notificou a operadora de ferrovias Canadian National Railway sobre uma nova greve, apenas algumas horas depois que seus membros começaram a retornar ao trabalho. Na quinta-feira (22/08), no fim da tarde, o Ministério do Trabalho do Canadá ordenou o fim da paralisação nas duas principais ferrovias do país. O Teamsters Canada Rail Conference, que representa cerca de 6 mil funcionários da Canadian National Railway, disse à empresa de Montreal que seus membros vão parar de trabalhar nesta segunda-feira (26/08), a partir das 11h (horário de Brasília), a menos que haja novos acordos trabalhistas. Os membros do Teamsters Canada começaram a voltar ao trabalho na sexta-feira (23/08), depois que o ministro do Trabalho, Steven MacKinnon, ordenou que os bloqueios na Canadian National e na Canadian Pacific Kansas City fossem encerrados.

O ministro também pediu ao Conselho Canadense de Relações Industriais (CIRB) que arbitrasse a disputa entre as ferrovias e o sindicato. Enquanto a Canadian National está focada em seu plano de recuperação para voltar a impulsionar a economia, os Teamsters estão focados em retornar à linha de piquete e manter o país refém de suas exigências, afirmou um porta-voz da ferrovia. Enquanto isso, a outra operadora afetada pela paralisação, a Canadian Pacific Kansas City (CPKC), informou que está enfrentando dificuldade para reiniciar as operações, já que o sindicato Teamsters está contestando a autoridade do ministro do Trabalho para ordenar o fim da disputa trabalhista na ferrovia. A CPKC está decepcionada com esse atraso, que afetará a capacidade de voltar a atender à economia canadense. O Teamsters Canada afirmou que a paralisação na CPKC permanece em vigor, aguardando uma ordem do Conselho Canadense de Relações Industriais.

Não há uma indicação clara de que o CIRB realmente ordenará o fim da disputa trabalhista na CPKC. O sindicato representa mais de 3 mil trabalhadores na CPKC. O governo do Canadá ordenou na quinta-feira (22/08) o fim da paralisação nas duas principais ferrovias do país, afirmando que um árbitro resolverá as divergências entre as empresas e o sindicato Teamsters. É responsabilidade do governo garantir a paz industrial, disse o ministro do Trabalho do Canadá. Ele afirmou que as negociações entre as operadoras de ferrovias Canadian National Railway e Canadian Pacific Kansas City e o sindicato chegaram a um impasse. Segundo o ministro, foram dadas todas as oportunidades possíveis para que as negociações tivessem êxito. Mas, há poucas perspectivas de que isso aconteça. As partes estão muito distantes. O primeiro-ministro, Justin Trudeau, já tinha sinalizado que o governo estava preparado para pôr fim ao conflito trabalhista.

MacKinnon pediu ao Conselho Canadense de Relações Industriais que imponha uma arbitragem vinculativa nas negociações e espera que a operadoras retomem as operações dentro de alguns dias. A decisão põe fim rapidamente a uma interrupção trabalhista em todo o país, que paralisou o tráfego ferroviário de carga usado para transportar grãos, produtos energéticos, produtos químicos, fertilizantes e outros bens duráveis pelo Canadá e para os Estados Unidos. A Canadian National e a CPKC bloquearam mais de 9.000 funcionários representados pelo Teamsters Canada logo após a meia-noite de quinta-feira (22/08), após não conseguirem chegar a acordos antes do prazo final. Líderes empresariais tanto do Canadá quanto dos Estados Unidos pressionaram o governo em Ottawa a intervir, alertando que uma paralisação prolongada do tráfego ferroviário no Canadá poderia trazer repercussões severas para a América do Norte.

Grupos empresariais disseram que as exportações agrícolas dos Estados Unidos poderiam não chegar aos mercados estrangeiros, roupas e acessórios não chegariam às prateleiras durante a crucial temporada de compras de volta às aulas, e modelos populares de veículos não alcançariam as concessionárias. A Canadian National, com sede em Montreal, disse que encerrou o bloqueio e começaria a implementar um plano de recuperação enquanto aguarda as ordens formais do conselho de relações industriais. A CPKC, com sede em Calgary, Alberta, afirmou que estava se preparando para reiniciar as operações ferroviárias, com mais detalhes sobre o cronograma uma vez que receba instruções do conselho trabalhista. Uma paralisação de sete dias nas duas ferrovias poderia ter custado às economias canadense e norte-americana mais de US$ 1 bilhão, com a maior parte do impacto no Canadá, de acordo com estimativas do Anderson Economic Group, uma consultoria especializada em avaliações de perdas decorrentes de greves e conflitos globais.

Além disso, o impacto nos Estados Unidos e no Canadá seria muito pior, com os setores de agricultura, manufatura e energia sofrendo tensões agudas. As duas ferrovias canadenses transportaram o equivalente a cerca de US$ 280 bilhões em mercadorias no ano passado, com ambas as empresas transportando cargas que chegam aos portos costeiros do Canadá pelo país e para os Estados Unidos. O Bureau of Transportation Statistics dos Estados Unidos estima que, em 2023, as ferrovias representaram cerca de 16%, ou US$ 114 bilhões, do frete que circulou entre os Estados Unidos e o Canadá. MacKinnon disse estar confiante de que o conselho de relações industriais, um órgão independente, cumprirá sua ordem. O Teamsters Canada afirmou que as negociações com as ferrovias canadenses fracassaram devido às exigências de ambas as empresas por concessões em questões de escalas e gerenciamento de fadiga, o que comprometeria a segurança dos trabalhadores. Um representante sindical disse que os salários não eram um obstáculo nas negociações. As empresas negaram que suas ofertas colocassem em risco a segurança dos trabalhadores. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.