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23/Aug/2024

Aumento da taxa de juros está no radar do mercado

Após os últimos indicadores mostrarem uma economia aquecida e inflação se afastando do centro da meta (de 3%), cresce no mercado a expectativa de que a taxa básica de juros possa ser elevada já na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, marcada para o próximo mês. De 58 instituições financeiras consultadas, 22 delas (ou 38%) esperam aumento da Selic em setembro. No levantamento anterior, de 6 de agosto, apenas uma de 45 instituições ouvidas esperava alta já no próximo mês. Além disso, chama a atenção o fato de que, dessas 22 instituições que esperam alta em setembro, 3 projetam aumento de 0,5%, o que levaria a taxa de juros dos atuais 10,5% para 11% ao ano. As outras 19 estimam aumento de 0,25%. As demais 36 instituições acreditam que a taxa não sofrerá modificação na próxima reunião.

Outra mudança apontada é em relação à Selic no fim de 2025. Na pesquisa anterior, a mediana das respostas mostrava taxa de 9,5% em dezembro do próximo ano. Agora, esse número subiu para 10%. A mudança no humor do mercado vem após declarações em tom mais duro, ao longo das últimas semanas, do presidente do BC, Roberto Campos Neto, e do diretor de Política Monetária da autarquia, Gabriel Galípolo (apontado pelo mercado como provável substituto de Campos Neto a partir de 2025). Indicadores como o IBC-Br (dado do Banco Central que mede o nível de atividade econômica) em junho, que veio mais forte do que o esperado pelo mercado, e o relatório Focus, que mostrou previsão de inflação mais alta em 2024, reforçaram esse novo cenário. Instituições como XP Investimentos, BTG Pactual, Banco ABC Brasil, Banco BV e Banco Master estão entre as que anteveem a retomada do ciclo de aperto monetário a partir de setembro.

Para a XP, o que realmente fez mudar o cenário-base para a taxa Selic foi a recente comunicação dos membros do Copom. A XP espera alta de 0,25%, seguida nas reuniões seguintes de duas elevações de 0,50% e uma última de 0,25%, com a Selic atingindo 12% no início do próximo ano e ficando nesse nível até o fim de 2025. A percepção é corroborada pelo Banco ABC Brasil, que passou a projetar a retomada do aperto monetário em setembro. O principal ‘driver’ foram falas mais cautelosas de Galípolo, de que a alta dos juros está na mesa do Copom. De outro lado, o Banco Inter reconhece que há um risco de alta, mas avalia que o cenário econômico está mais benigno em comparação ao exposto na última ata do Copom. O cenário não se deteriorou e não há motivos para justificar essa alta. Há menor pressão no câmbio e o possível início de corte de juros básicos nos Estados Unidos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.