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22/Aug/2024

McKinsey: "A mente do agricultor brasileiro 2024"

De acordo com o estudo "A mente do agricultor brasileiro 2024" da consultoria McKinsey, a menor rentabilidade das principais commodities agrícolas não afasta o otimismo dos agricultores brasileiros. Mais da metade deles, ou 57%, preveem crescimento dos lucros nos próximos dois anos. Outros 33% esperam rentabilidade estável em 2026, enquanto 11% projetam queda na rentabilidade. Em contrapartida, para este ano corrente, 37% esperam lucros mais altos, enquanto 33% apostam em estabilidade e 29% acreditam em lucros menores. O otimismo quanto à melhora na rentabilidade da atividade em 2026 é maior entre os produtores de café (65% esperam lucros maiores em dois anos), grãos da Região Sul (64%), frutas e hortaliças (61%) e grãos no Matopiba (60%), apesar de uma perspectiva mais conservadora para este ano. Os produtores de algodão e grãos do Cerrado são os mais pessimistas em relação aos resultados de 2024, mas esperam um cenário melhor daqui a dois anos. A melhora na perspectiva dos agricultores em relação à rentabilidade ocorre após dois anos de preços mais baixos de commodities e alta volatilidade nas cotações.

O estudo integra a pesquisa Global Farmers Insights 2024, realizado pela McKinsey em nove países, incluindo Brasil, Argentina, Estados Unidos, México e Índia. A pesquisa envolveu 4.250 agricultores de fevereiro a junho deste ano. No Brasil, foram entrevistados 757 agricultores, sendo que 95% produzem de um a dois tipos de cultivo. Os principais riscos apontados pelos agricultores brasileiros para a sua rentabilidade nos próximos dois anos são os eventos climáticos extremos (52%), o aumento do preço de insumos (35%) e a escassez de trabalhadores agrícolas (23%). Há dois anos, quando o estudo foi realizado em 2022, 73% dos agricultores viam como principal risco o aumento do preço dos insumos, em meio à ascensão da guerra entre Rússia e Ucrânia, e 44% apontavam os eventos climáticos extremos como uma das principais preocupações. A falta de mão de obra não figurava entre os cinco principais riscos à rentabilidade em 2022. Agricultores mais pessimistas, que esperam lucros menores em dois anos, citam também a volatilidade dos preços das commodities (28%) entre os riscos para a rentabilidade da atividade.

Para ampliar a lucratividade da produção agrícola nos próximos dois anos, 54% dos agricultores brasileiros apostam no aumento da produtividade, ante 39% reportado em 2022. O estudo mostra ainda que para melhorar o rendimento das lavouras, 47% estão dispostos a testar novos produtos, 39% a experimentar novos produtos de proteção de cultivos e 32% a adquirir equipamentos, produtos ou tecnologia inovadores. Uma parcela de 27% vê oportunidade de melhorias dos lucros por meio de menores preços de insumos, enquanto 24% esperam melhor previsibilidade dos custos de insumos. O estudo da McKinsey revelou ainda que os agricultores brasileiros estão aumentando a adoção de produtos biológicos para obter melhores resultados no campo.

A adoção de produtos de base biológica no País aumentou de 54% para 64% em biofertilizantes e bioestimulantes de 2022 para 2024 e passou de 55% para 64% em produtos de biocontrole. Os números do Brasil em biológicos superam expressivamente a adoção de bioprodutos pelos Estados Unidos, que chega a 24% em nutrição e 18% em biocontrole. Além disso, 70% dos agricultores brasileiros afirmaram que planejam ampliar o investimento em biológicos, independentemente das flutuações nos preços dos insumos tradicionais. A pesquisa mostrou que os agricultores brasileiros também ampliaram a adoção de tecnologias digitais nas lavouras, apesar de o índice ainda estar atrás dos agricultores norte-americanos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.