14/Aug/2024
De acordo com pesquisa mensal do Bank of America (BofA), divulgada nesta terça-feira (13/08), gestores de fundos que administram US$ 59 bilhões veem o Brasil 'outperform', ou seja, com desempenho superior aos seus pares na América Latina, em especial o México, nos próximos seis meses. Mais otimistas, eles elevaram as expectativas para o crescimento da economia brasileira neste ano e para o Ibovespa, mas estão céticos com o câmbio. A maioria dos gestores agora espera que o Brasil apresente expansão entre 2% e 3% neste ano. O cenário é mais otimista que o traçado em julho, quando as expectativas apontavam avanço de 1% a 2% para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Mais participantes da pesquisa acreditam que o Brasil terá desempenho 'outperform' na América Latina em comparação ao México nos próximos seis meses.
Eles mencionam um "viés doméstico" como um possível fator para o otimismo com o País, já que a amostra inclui investidores brasileiros. Os gestores também estão mais otimistas com as ações brasileiras, embora ainda seja o sentimento da minoria ouvida pelo BofA. Para 13% deles, o Ibovespa deve encerrar o ano acima dos 140 mil pontos. Na pesquisa de julho, essa proporção era de somente 3% contra 7% em junho e 19% em maio. A maioria das ações brasileiras com visão 'outperform' são de setores públicos (utilities) e serviços financeiros. Na outra ponta, papéis do segmento de materiais têm perspectiva 'underweight', isto é, abaixo dos pares. Quanto ao câmbio, porém, investidores apontam mais ceticismo. A maioria vê o dólar entre R$ 5,41 e R$ 5,70 neste ano, acima da faixa de R$ 5,11 e R$ 5,40 apontada na pesquisa do BofA de julho.
Em relação aos juros, os gestores de fundos não veem o Banco Central do Brasil (BCB) elevando as taxas neste ano, apesar de o mercado precificar aumento de 50 pontos-base. Para a maioria deles, a autoridade deve manter a Selic estável em 10,50% e retomar o processo de flexibilização monetária em 2025, empurrando-a para o intervalo de 9,50% a 10,25%. O Bank of America vê a taxa caindo mais, para 9% ao fim do próximo ano. Diante dos temores com a saúde dos Estados Unidos desencadeados pelo último relatório payroll, que mostrou criação de vagas aquém do esperado, a desaceleração dos Estados Unidos agora é o maior risco de cauda para a região. À medida que os riscos de um pouso forçado nos Estados Unidos aumentaram, os participantes da pesquisa acreditam que uma desaceleração nos Estados Unidos seria o maior risco para a América Latina. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.