12/Aug/2024
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou julho com alta de 0,38%, ante um avanço de 0,21% em junho. A taxa acumulada pela inflação no ano ficou em 2,87%. O resultado acumulado em 12 meses foi de 4,50% até julho, ante taxa de 4,23% até junho. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 0,26% em julho, após uma elevação de 0,25% em junho. Com o resultado, o índice acumulou alta de 2,95% no ano. A taxa em 12 meses mostrou alta de 4,06%, ante taxa de 3,70% até junho. O INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários-mínimos e chefiadas por assalariados. O índice de difusão do IPCA, que mostra o percentual de itens com aumentos de preços, passou de 52% em junho para 47% em julho. A difusão de itens alimentícios passou de 49% em junho para 39% em julho. Já a difusão de itens não alimentícios saiu de 55% em junho para 53% em julho.
A alta de 0,38% registrada pelo IPCA em julho de 2024 foi o resultado mais alto para o mês desde 2021, quando ficou em 0,96%. Em julho de 2023, a taxa tinha sido mais baixa, de 0,12%. Como consequência, a taxa acumulada em 12 meses acelerou pelo terceiro mês consecutivo, passando de 4,23% em junho para 4,50% em julho, maior patamar desde fevereiro deste ano, quando também estava em 4,50%. A meta de inflação perseguida pelo Banco Central em 2024 é de 3,0%, com teto de tolerância de 4,50%. Sete dos nove grupos que integram o IPCA registraram altas de preços em julho. Houve deflação em Alimentação e bebidas (queda de 1,00% e impacto de -0,22%) e Vestuário (-0,02% e impacto de 0,00%). Os aumentos foram registrados em Transportes (1,82%, impacto de 0,37%), Saúde e cuidados pessoais (0,22%, impacto de 0,03%), Habitação (0,77% e impacto de 0,12%), Despesas pessoais (0,52%, impacto de 0,05%), Educação (0,08%, impacto de 0,00%), Comunicação (0,18%, impacto de 0,01%) e Artigos de residência (0,48% e impacto de 0,02%).
Todas as 16 regiões investigadas pelo IBGE registraram altas de preços em julho. Os resultados mais baixos foram verificados em Aracaju (SE) e Salvador (BA), ambos com taxa de 0,18%, enquanto o mais elevado ocorreu em Rio Branco (AC) e São Luís (MA), com aumentos de 0,53%. Os preços de Alimentação e bebidas caíram 1,00% em julho, após alta de 0,44% em junho. O grupo deu uma contribuição negativa de 0,22% para o IPCA, que subiu 0,38% no mês. Entre os componentes do grupo, a alimentação no domicílio teve queda de 1,51% em julho, após ter avançado 0,47% no mês anterior. A alimentação fora do domicílio subiu 0,39%, ante alta de 0,37% em junho. O recuo nos preços de Alimentação e bebidas deu a maior contribuição para frear a inflação no País em julho. A queda foi a mais aguda desde agosto de 2017, quando os preços diminuíram 1,07%. No entanto, o grupo vinha de uma sequência de nove meses consecutivos de aumentos, período em que acumulou uma elevação de 6,87%.
O grupo contribuiu com -0,22% para a taxa de 0,38% do IPCA do último mês. O que ajudou a frear o resultado do mês de julho (do IPCA) foi a variação do grupo Alimentação e bebidas. Depois de nove meses de alta, teve uma queda em julho. A alimentação no domicílio caiu 1,51% em julho, após também ter registrado uma sequência de nove meses de elevação de preços. Em julho, ficaram mais baratos o tomate (-31,24%), cenoura (-27,43%), cebola (-8,97%), batata inglesa (-7,48%) e frutas (-2,84%). O que ajuda a explicar essa queda no mês de julho é principalmente uma maior oferta desses alimentos em geral. Houve uma intensificação da safra de inverno. O clima é mais favorável às lavouras do que no início de ano, especialmente para itens de hortifruti. Entre os subitens com altas de preços em julho, os destaques foram os avanços no café moído (3,27%), alho (2,97%) e pão francês (0,67%). A alimentação fora do domicílio aumentou 0,39% em julho.
O lanche subiu 0,74%, enquanto a refeição fora de casa avançou 0,24%. Os preços de Transportes subiram 1,82% em julho, após queda de 0,19% em junho. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,37% para o IPCA. Os preços de combustíveis tiveram alta de 3,31% em julho, após avanço de 0,54% no mês anterior. A gasolina subiu 3,15%, após ter registrado alta de 0,64% em junho, enquanto o etanol avançou 5,90% nesta leitura, após alta de 0,34% na última. A alta de 3,15% na gasolina exerceu a maior pressão sobre a inflação de julho, uma contribuição de 0,16%. Figuraram ainda no ranking de maiores pressões sobre o IPCA de julho a passagem aérea (0,11%), energia elétrica residencial (0,08%), etanol (0,04%) e seguro voluntário de veículo (0,03%). Os combustíveis subiram 3,31% em junho. A gasolina aumentou 3,15%, item de maior impacto sobre o IPCA do mês, 0,16%. O óleo diesel aumentou 1,03%. O gás veicular recuou 0,20%. As passagens aéreas aumentaram 19,39% em julho, segunda maior pressão sobre o IPCA.
As famílias brasileiras gastaram 0,77% a mais com Habitação em julho, uma contribuição de 0,12% para a taxa do IPCA no mês. A energia elétrica residencial subiu 1,93%, resultando numa pressão de 0,08% sobre a inflação. A taxa de água e esgoto recuou 0,02% em julho. O gás encanado diminuiu 0,04% em julho. A inflação de serviços, usada como termômetro de pressões de demanda sobre os preços, passou de um aumento de 0,04% em junho para uma alta de 0,75% em julho. Houve influência de itens relacionados ao turismo, como passagens aéreas, aluguel de veículo, hospedagem e pacote turístico. Julho é mês de férias. As férias influenciam não só esse subitem passagem aérea, mas outros subitens ligados a esse período, como hospedagem, pacote turístico e outros setores. Todos esses subitens de característica turística tiveram alta de preços em julho. Os preços de itens monitorados pelo governo saíram de alta 0,33% em junho para aumento de 1,08% em julho. No acumulado em 12 meses, a inflação de serviços passou de 4,49% em junho para 5,01% em julho. A inflação de monitorados em 12 meses saiu de 6,38% em junho para 7,04% em julho. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.