09/Aug/2024
O dólar cedeu ante o Real pelo terceiro dia consecutivo nesta quinta-feira (08/08), para abaixo dos R$ 5,60, em mais uma sessão marcada pela busca global por ativos de maior risco, após dados do mercado de trabalho norte-americano reduzirem os temores de uma recessão no curto prazo. O dólar fechou em queda de 0,89%, cotado a R$ 5,57. Esta é a menor cotação de fechamento desde 23 de julho, quando atingiu R$ 5,56. Desde terça-feira (06/08), a moeda norte-americana acumulou baixa de 2,92% após ter batido em R$ 5,86 na segunda-feira (05/08) em meio a receios de que os Estados Unidos possam estar a caminho de uma recessão. O alívio para os mercados globais foi dado nesta quinta-feira (08/08) pelos dados de auxílio-desemprego nos Estados Unidos. O Departamento do Trabalho informou que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram em 17.000, para 233.000, na semana encerrada em 3 de agosto, na série com ajuste sazonal. Foi a maior queda em cerca de 11 meses. Economistas previam 240.000 pedidos para a última semana.
A diminuição dos pedidos de auxílio indicou que a economia norte-americana pode não estar tão enfraquecida, o que afastou em parte os receios de uma recessão no curto prazo. Com isso, investidores foram novamente em busca de ativos de risco, como ações e moedas de emergentes como o Real, o peso colombiano, o peso mexicano e o peso chileno. Assim, após atingir a cotação máxima de R$ 5,655 (+0,57%) no início da sessão, o dólar marcou a mínima de R$ 5,56 (-1,06%), à tarde. Segundo a Manchester Investimentos, o dólar vem caindo de maneira importante. A ‘crise de um dia’ da segunda-feira (05/08), gerada pelo receio de recessão nos Estados Unidos, foi bastante debelada desde a terça-feira (06/08). A queda do iene ante o dólar é outro fator apontando por profissionais do mercado, para que as moedas de emergentes como o Real tenham se fortalecido nos últimos dias. O movimento interrompeu desmontagens de operações de carry trade que, nas últimas semanas, vinham penalizando divisas de países emergentes.
No carry trade, investidores tomam recursos em países como o Japão, onde as taxas de juros são baixas, e reinvestem em países como o Brasil, onde a taxa de juros é maior. Na desmontagem destas operações, o Real vinha sendo penalizado. Para a Remessa Online, o notável movimento de valorização da moeda japonesa foi interrompido ao longo dos últimos dias, diminuindo a volatilidade nos mercados de câmbio de países com elevadas taxas de juros, como Brasil e México, por exemplo. O dólar seguia em alta ante o iene, o que favorecia o avanço da moeda norte-americana ante uma cesta de divisas fortes. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,10%, a 103,210. O Banco Central vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional em leilão para fins de rolagem do vencimento de 1º de outubro de 2024. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.