ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

08/Aug/2024

Plano Safra 2024/2025: desembolso recua em julho

O valor desembolsado no primeiro mês do Plano Safra 2024/2025, iniciado em 1º de julho, alcançou R$ 23,158 bilhões em financiamentos para pequenos, médios e grandes produtores. O montante corresponde a 4,86% do total disponível para a safra, de R$ 476,59 bilhões. O valor ficou 48% abaixo do desembolsado para produtores no primeiro mês da safra 2023/2024, de R$ 44,665 bilhões. Até o fim de julho, foram realizados 82.894 contratos em todas as modalidades, 54,76% menos que o total registrado em igual mês da temporada anterior, de 183.246 contratos. O primeiro mês do Plano Safra é considerado pelo mercado um importante indicador do apetite do produtor por crédito para a safra recém-iniciada. É o período, sobretudo, de operações de custeio para as novas lavouras.

Para a MB Agro, a queda no desembolso na comparação entre os anos-safras está relacionada ao atraso na liberação dos recursos na ponta ao produtor rural, com o retardamento do anúncio do Plano Safra 2024/2025 e da consequente implementação das regras pelas instituições financeiras. Não há baixa procura por recursos. Há bastante demanda, devendo ser uma questão de tempo hábil para liberar os recursos. Outro ponto que pode ter influenciado na concessão de crédito no primeiro mês da safra é o fato de os bancos estarem mais reticentes para firmar contratos com produtores, que apresentam um pouco mais de problemas de adimplência. Os financiamentos para custeio somaram R$ 17,821 bilhões em julho, 40,5% abaixo do primeiro mês do ano-safra anterior, em 69.525 contratos.

O valor concedido nas linhas de investimento foi de R$ 1,958 bilhão no período, 69% menos que na temporada passada, em 11.534 contratos. As operações de comercialização atingiram R$ 2,004 bilhões (queda de 51,82%), em 1.723 contratos, e as de industrialização totalizaram R$ 1,374 bilhão (recuo de 66,83%), em 112 contratos. A tendência é de normalização nas operações de custeio ao longo da safra. Para financiamentos de investimentos, a perspectiva é de retração ante o ciclo anterior, com produtores mais cautelosos, em meio à menor rentabilidade das commodities agrícolas. A área plantada vai crescer levemente em relação à safra passada, o que não justifica a queda do custeio. Já no investimento, o produtor tende a segurar o que for possível de operações, esperando o momento de preços melhores para a renovação de máquinas e demais aportes.

No período, 45.694 contratos de crédito foram firmados pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), alcançando R$ 3,116 bilhões em julho. No Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) foram registradas 23.421 operações, totalizando R$ 6,695 bilhões no primeiro mês do ano-safra. Outros 13.779 contratos foram realizados por grandes produtores, o que correspondeu a R$ 13,347 bilhões em financiamentos em julho na safra 2024/2025. A Região Sul reportou o maior número de contratos realizados no último mês, com 49.266 operações, e de valor contratado, de R$ 8,512 bilhões. Na sequência, consta a Região Sudeste, com 13.572 contratos, alcançando a liberação de R$ 5,832 bilhões. A Região Nordeste registrou 9.982 operações de crédito rural em julho, somando o total de R$ 2,245 bilhões.

Na Região Centro-Oeste, foram firmados 8.188 contratos, alcançando R$ 5,637 bilhões. Na Região Norte, foram reportadas 1.886 operações, somando R$ 931,395 milhões. Os bancos públicos representaram 63% do valor desembolsado no primeiro mês da safra, com R$ 14,661 bilhões liberados em 48.430 operações. As cooperativas de crédito financiaram R$ 4,687 bilhões no primeiro mês da safra, em 32.216 contratos. Na sequência, os bancos privados desembolsaram R$ 3,766 bilhões em 2.186 operações. No Plano Safra 2024/2025, o governo ofereceu R$ 76 bilhões para agricultura familiar, R$ 65,23 bilhões para médios produtores por meio do Pronamp e R$ 335,36 bilhões em recursos para demais produtores e cooperativas. Somando médios e grandes produtores, foram ofertados R$ 400,59 bilhões para a agricultura empresarial. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.