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07/Aug/2024

Dólar cai com alívio externo e tom duro do Copom

Após um salto nas sessões mais recentes, o dólar encerrou esta terça-feira (06/08) em queda firme ante o Real, abaixo dos R$ 5,70, com as cotações refletindo o ambiente de menor estresse nos mercados globais e a ata do último encontro do Copom, com indicações de que a Selic pode subir no curto prazo se necessário. Depois de encerrar a segunda-feira (05/08) no maior valor desde 20 de janeiro de 2021, o dólar fechou esta terça-feira (06/08) em queda de 1,44%, cotado a R$ 5,65. Em agosto, a moeda norte-americana passou a acumular alta de apenas 0,05%.

Na segunda-feira (05/08), o dólar chegou a oscilar acima dos R$ 5,86 durante a sessão, em meio a receios de que os Estados Unidos possam entrar em recessão rapidamente. Nesta terça-feira (06/08), os mercados globais operaram com a percepção de que houve certo exagero na leitura da véspera, o que favoreceu a queda do dólar ante boa parte das divisas de emergentes, incluindo o Real. Internamente, a ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central contribuiu para o movimento de queda do dólar ante o Real, ao sugerir chances maiores de a taxa básica Selic subir no curto prazo para segurar a inflação, algo que, em tese, favorece a moeda brasileira.

Na ata, o Banco Central indicou que não hesitará em elevar a Selic para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado. O Copom avaliará a melhor estratégia: de um lado, se a estratégia de manutenção da taxa de juros por um tempo suficientemente longo levará a inflação à meta no horizonte relevante; de outro lado, unanimemente, reforçou que não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado. A mensagem foi considerada por parte do mercado como hawkish (dura) e, em reação, a curva de juros brasileira passou a precificar chances majoritárias de o Copom elevar em 25 pontos-base a Selic já em sua reunião de setembro.

Segundo a Nexgen Capital, a ata do Copom veio com tom mais hawkish, com todos os diretores em unanimidade mantendo a Selic em 10,50% e deixando claro que, diante do cenário externo e da inflação futura, eventualmente uma alta dos juros não seria impossível de acontecer. A possibilidade de juros mais baixos nos Estados Unidos e mais altos no Brasil no curto prazo, algo que torna o mercado brasileiro mais atrativo ao capital internacional, fez o dólar ceder ante o Real. A moeda norte-americana oscilou da cotação máxima da sessão de R$ 5,72 (-0,30%), logo após a abertura, para a mínima de R$ 5,63 (-1,91%) no início da tarde. O dólar também subiu muito forte nos últimos dias.

Então é natural haver uma realização de lucros e que exportadores entrem forte no mercado vendendo a moeda norte-americana. No exterior, o dólar tinha leve alta ante seus pares fortes, mas cedia ante outras divisas de emergentes, como o peso chileno e o peso colombiano. O Real era a moeda que mais se valorizava globalmente ante o dólar. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas fortes, subia 0,09%, a 102,960. O Banco Central vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional em leilão para fins de rolagem do vencimento de 1º de outubro de 2024. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.