06/Aug/2024
A China anunciou medidas para incentivar a atividade econômica abrangendo uma ampla gama de indústrias locais, desde eletrodomésticos à fabricação de automóveis. A perspectiva é que seja oferecido um pacote de estímulos para revitalizar o consumo interno em breve. A previsão é que sejam destinados aproximadamente 300 bilhões de yuans (equivalente a US$ 42 bilhões) em títulos especiais ultralongos do tesouro para impulsionar renovações de equipamentos e bens duráveis em larga escala. O plano foi anunciado no dia 30 e julho, após a reunião do principal órgão decisório do Partido Comunista, o Politburo, que decidiu manter esforços que já vinham sendo feitos para impulsionar a demanda doméstica em diversos setores.
A decisão de manter e intensificar medidas para acelerar a atividade econômica do País ocorre após o Produto Interno Bruto (PIB) registrar expansão anual de 4,7% no segundo trimestre de 2024, bem aquém da previsão de analistas. Dados preliminares mostraram resultados positivos do programa que já estava em andamento na economia real. Durante os primeiros cinco meses deste ano, as vendas geradas por substituições de eletrodomésticos aumentaram mais de 80% em relação ao ano anterior nas principais plataformas de e-commerce, de acordo com a National Development and Reform Commission (NRDC). No dia 3 de agosto, o governo chinês anunciou uma diretriz para impulsionar o consumo de itens básicos.
O plano busca melhorar a qualidade de serviços e expandir a presença econômica da indústria de alimentos e bebidas, além de estimular o turismo e a cultura no país. O plano busca promover uma série de medidas para aumentar o consumo e a qualidade de vida, incluindo o lançamento de atividades voltadas para cultura e entrada de visitantes estrangeiros em todo o país, além da aceleração na retomada de voos e fortalecimento da oferta de serviços de pagamento. O governo também prevê ampliar a isenção de vistos para mais países. O consumo relacionado a esportes, educação e treinamento, e serviços residenciais também será estimulado. Outras frentes como o fomento ao comércio social, comércio ao vivo, consumo verde, e-sports e saúde também estão no radar.
De fato, segundo a Capital Economics, a perda de fôlego da economia chinesa evidenciada pelos índices de gerentes de compras (PMI) industriais de julho parece ter levado as autoridades chinesas a considerarem de forma mais séria medidas de apoio econômico no curto prazo. Já houve uma intensificação nos empréstimos nos últimos meses e mais gastos podem ocorrer no curto prazo. Desde a Terceira Plenária, a China cortou juros com um grau de urgência pouco usual, se comprometeu a acelerar a emissão de bônus e os gastos fiscais, e expandiu seus programas voltados ao consumo. Isto deverá proporcionar algum apoio à demanda interna e impulsionar uma reaceleração modesta do crescimento nos próximos meses. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.