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05/Aug/2024

Amazônia-Cerrado: expansão agrícola sem desmate

De acordo com dados do TerraClass, plataforma digital desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), voltada ao monitoramento do uso e da cobertura do território, grande parte da expansão agrícola nos biomas Amazônia e Cerrado de 2018 a 2022 ocorreu sobre áreas agropecuárias já consolidadas, ou seja, sem novos desmatamentos. O percentual é de 94%. Os resultados do TerraClass referentes aos anos de 2018, 2020 e 2022 para os biomas Amazônia e Cerrado. Somando Amazônia e Cerrado, entre 2018 e 2022 a agricultura anual foi ampliada em 22%, principalmente sobre áreas de pastagem. Aproximadamente 1% desta expansão ocorreu sobre áreas de vegetação natural primária e secundária, ou seja, com novos desmatamentos. As áreas de culturas agrícolas temporárias representam 17% (313 mil Km²) do total de áreas antropizadas do Cerrado e Amazônia até 2022, sendo que as lavouras de mais de um ciclo representam 76% das áreas.

Do total dos 6,2 milhões de Km² compreendidos pelos biomas Amazônia e Cerrado, aproximadamente 65% (4 milhões de Km²) estão preservados, 18% (1,1 milhão de Km²) são pastagens, 6% (400 mil Km²) são ocupados pela agricultura e 4% (246 mil Km²) por vegetação natural secundária. O total de áreas antropizadas (com o uso já consolidado) nos biomas Amazônia e Cerrado soma aproximadamente, 1,8 milhão de Km², dos quais 62% são cobertos por pastagens, 22% por culturas agrícolas relacionadas à produção de alimentos, energia, fibras e madeira e 14% por vegetação natural secundária. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que os dados do TerraClass serão utilizados na estruturação do programa de recuperação de pastagens degradadas. O TerraClass será fundamental para o crescimento das áreas sobre pastagens e sobre áreas antropizadas. O TerraClass mostra, por meio da ciência, que o crescimento do agro está sendo direcionado sobre pastagens e não sobre novos desmatamentos.

A Embrapa afirmou que o próximo objetivo da empresa pública é nacionalizar o TerraClass para monitorar e classificar o uso e a cobertura das áreas desflorestadas de todo o País. a iniciativa do TerraClass começou em 2008 para o bioma Amazônia e agora foi estendida ao Cerrado. É preciso que o TerraClass seja um programa de governo. Trabalhamos no desafio de ter um TerraClass Brasil, uma plataforma digital para monitoramento da dinâmica e do uso de cobertura da terra a nível Brasil. Para o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, o TerraClass é fundamental para a implementação do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm) e dos Planos Estaduais de Combate ao Desmatamento (PPCDs). Em breve, os PPCDs para todos os biomas serão terminados. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) deu o aval para o TerraClass Brasil. Os dados atuais mostram como é possível estruturar política pública para avançar sobre áreas degradadas ou já utilizadas.

Mais de dois terços, ou 68%, da expansão das culturas agrícolas na Amazônia entre 2018 e 2022 ocorreu sobre áreas de pastagens. De acordo com o levantamento, apenas 1,5% da expansão ocorreu em áreas de vegetação natural florestal, ou seja, ocorreu sobre novas áreas desmatadas. O TerraClass mostrou que aproximadamente 78% (3,3 milhões Km²) dos mais de 4 milhões de Km² do bioma Amazônia em 2022 correspondem a áreas naturais, composta por vegetação natural, floresta primária ou vegetação natural não florestal. Dos 800 mil Km² de áreas antropizadas (áreas desmatadas já consolidadas) acumuladas até 2022, 65% eram ocupadas por pastagens, 21% por vegetação secundária e 10,6% pelas áreas agrícolas. Os resultados do TerraClass mostraram também que do total de áreas de agricultura temporária da Amazônia em 2022, 88% apresentam a prática por mais de um ciclo de produção agrícola anual, enquanto 12% produzem apenas uma safra agrícola ao ano.

A agricultura temporária recobria 9,3% do total de áreas antropizadas da Amazônia até 2022. No Cerrado, dos quase 2 milhões de Km², 48% correspondem à vegetação natural, 30% são pastagens e 16% são cobertos por agricultura. O total das áreas antropizadas no bioma Cerrado contabilizado soma aproximadamente 1 milhão de Km², dos quais 59% estão ocupados por pastagens, 31% por culturas agrícolas e 7,6% por vegetação natural. Entre 2018 e 2022, as culturas agrícolas temporárias apresentaram expansão de 17% no Cerrado, sendo que 68% das culturas agrícolas se expandiram sobre as mesmas lavouras e sobre pastagens. A expansão das lavouras agrícolas temporárias sobre áreas de vegetação natural representou 5,6% do total. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.