ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

05/Aug/2024

Aposta na manutenção da taxa de juros em 2024

O comunicado da reunião do dia 31 de julho, do Comitê de Política Monetária (Copom), que manteve a taxa Selic em 10,5%, gerou avaliações distintas no mercado financeiro. Enquanto parte dos agentes avaliou o tom da comunicação como mais austera (hawkish, no jargão do mercado) do que o anterior, alguns analistas aguardavam um posicionamento mais duro, dada a deterioração das expectativas de inflação nos últimos meses e a pressão sobre o câmbio. Ainda assim, o cenário não alterou a mediana das expectativas para o nível da Selic em 2024 (10,5%) e 2025 (9,5%). A maioria das casas (24 de 41 instituições consultadas, ou 58,5%) vê o juro inalterado até dezembro deste ano e retomada do afrouxamento monetário em algum momento de 2025.

O BNP Paribas avalia que o Banco Central optou por uma estratégia de “falar menos” no comunicado da última reunião para não se comprometer com movimentos futuros. Para 2025, a expectativa do BNP é de retomada do afrouxamento monetário, com a Selic encerrando no próximo ano em 9,50% e nesse nível dentro do horizonte relevante, no primeiro trimestre de 2026. Porém, o retorno do ciclo de queda da Selic deve acontecer mais próximo do meio do que do início de 2025. A Porto Asset, por outro lado, prevê que a Selic deverá ficar parada no atual nível até o fim de 2025. O prognóstico está condizente com um ambiente de atividade doméstica resiliente, expectativas de inflação acima da meta e a avaliação de que o juro em 10,5% ainda é restritivo. Porém, é importante analisar como se dará o ciclo de afrouxamento monetário nos Estados Unidos, à medida que a retomada do ciclo de queda no juro norte-americano se aproxima.

Este cenário em que o juro norte-americano precisa cair mais rapidamente que o previsto hoje pelo mercado tende a interferir na função do Banco Central. A economia dos Estados Unidos que desacelera mais fortemente pode, por um lado, trazer riscos também para a atividade doméstica. Embora ainda não esteja no cenário-base da maioria das casas, uma possível alta nos juros ainda neste ano está no radar de parte dos analistas. Para o Barclays, há uma chance de 30% de haver elevação do juro básico em 2024, dada a persistente fraqueza da cotação do Real em um ambiente de incertezas fiscais “remanescentes”. O UBS BB também vê uma possibilidade de 30% de alta na Selic, mas já na próxima reunião do Copom, em setembro, como efeito do fator cambial e, principalmente, de um fiscal aquém das expectativas do mercado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.