02/Aug/2024
De acordo com estudo do Banco Mundial, publicado nesta quinta-feira, (1º/08), o Brasil está ao lado de mais de 100 países como China, Índia e África do Sul que enfrentam "sérios obstáculos" para se tornarem nações ricas. Trata-se do primeiro mapeamento que traça rotas para que essas nações consigam escapar da chamada "armadilha da renda média". Após atingir o status de renda média na década de 1970, o Brasil desviou na direção errada. Os formuladores de políticas, no Brasil tentaram encorajar as empresas a inovarem ignorando tecnologias estrangeiras, com a adoção de medidas protecionistas. Com essa estratégia, o País "tropeçou". Embora todas essas políticas tivessem como objetivo tornar o Brasil mais competitivo, elas levaram a um declínio na produtividade dos trabalhadores brasileiros, e as empresas tornaram-se menos competitivas do que as dos Estados Unidos.
No caso do Brasil, uma maior produtividade ajudaria a desacelerar o desmatamento na Amazônia, que gera um valor mínimo de US$ 317 bilhões por ano. Desde 1990, somente 34 economias de renda média conseguiram galgar o status de renda alta, mostra o Relatório de Desenvolvimento Mundial 2024, do Banco Mundial. Conforme a análise, à medida que os países ficam mais ricos, estão fadados a cair em uma "armadilha" quando chegam a uma renda média de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) per capita anual dos Estados Unidos, ou o equivalente a US$ 8 mil. A batalha pela prosperidade econômica global será, em grande parte, vencida ou perdida nos países de renda média. No fim de 2023, 108 países foram classificados como nações de renda média, com um PIB per capita anual variando de US$ 1.136,00 a US$ 13.845,00.
Essas economias têm 6 bilhões de pessoas, o que equivale a 75% da população mundial, responsáveis por mais de 40% do PIB global. Apesar disso, os dados são alarmantes. Duas em cada três pessoas nos países de renda média vivem em pobreza extrema. No Brasil, cidades como São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ) oferecem escassas oportunidades às crianças pobres. Essas economias estão diante de desafios maiores na tentativa de alçarem o desenvolvimento: o rápido envelhecimento da população, o aumento do protecionismo nas economias avançadas e a necessidade de acelerar a transição energética. Essa perspectiva de 'envelhecer antes de ficar rico' torna a fuga da armadilha da renda média mais desafiadora e urgente, inclusive entre os maiores países de renda média, como Brasil, China, México e Turquia.
Na visão do Banco Mundial, muitos dos países continuam a adotar estratégias obsoletas para se tornarem economias avançadas. Assim, permanecem dependentes apenas dos investimentos por um tempo muito longo ou, em alguns casos, buscam inovação de forma prematura. Nesse sentido, o relatório do Banco Mundial propõe uma estratégia de três fases para os países avançarem rumo ao patamar de nações ricas, intitulada '3i'. É necessária uma nova abordagem: inicialmente, foco em investimentos; em seguida, ênfase na infusão de novas tecnologias provenientes do exterior; e, por fim, adoção de uma estratégia tripla que equilibre investimento, infusão e inovação. O Banco Mundial cita a Coreia do Sul como um "exemplo notável" da Estratégia 3i. O país saltou de uma renda per capita de US$ 1.200,00 em 1960 para US$ 33,00 mil ao fim do ano passado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.