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01/Aug/2024

Dólar avança na contramão do movimento externo

A disputa entre investidores pela formação da Ptax de fim de mês deu impulso às cotações nesta quarta-feira (31/07) e fez o dólar fechar com alta firme ante o Real, na contramão do que era visto no exterior, onde a moeda norte-americana cedeu ante a maior parte das demais divisas, em dia de decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) sobre juros. O dólar fechou a R$ 5,65, em alta de 0,64%. No mês de julho, a divisa acumulou alta de 1,16%. A ‘superquarta’ para os investidores trouxe na agenda as decisões sobre juros do Banco do Japão (BOJ), do Federal Reserve (Fed) e do Banco Central do Brasil, além da formação da taxa Ptax de fim de mês no mercado de câmbio brasileiro. O BOJ elevou sua taxa básica de juros para 0,25% ao ano, surpreendendo boa parte dos investidores globais.

Nas últimas semanas, a expectativa por um aperto monetário no Japão já vinha pressionando as moedas de países emergentes, como o Real, em meio à desmontagem de operações de carry trade feitas com a moeda japonesa. Ainda que a decisão do BOJ desse força ao iene, o câmbio no Brasil era afetado principalmente pela disputa entre comprados (investidores posicionados na alta das cotações) e vendidos (posicionados na baixa) pela Ptax. Taxa de câmbio calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista, a Ptax serve de referência para a liquidação de contratos futuros. Segundo a Manchester Investimentos, o último dia do mês é em geral de muita volatilidade.

Nesta quarta-feira (31/07), a pressão pela Ptax foi compradora e teve um volume alto, o que não é tão esperado para dias de ‘superquarta’, quando investidores ficam aguardando as decisões dos bancos centrais. De fato, o volume no câmbio foi mais elevado que em dias normais. Os negócios com dólar para setembro somavam mais de 430 mil contratos. No auge da pressão dos comprados, o dólar atingiu a máxima de R$ 5,68 (+1,16%). O avanço do dólar ante o Real ocorria a despeito de, no exterior, a moeda norte-americana estar em baixa ante quase todas as demais moedas. Com a Ptax formada, (R$ 5,66 na venda), o dólar se acomodou em patamares mais baixos, mas ainda assim se manteve em alta ante o Real.

Para a Correparti Corretora, o dólar até podia cair ante o Real acompanhando o exterior, mas, à espera de decisão do Fed, o investidor seguiu protegido no dólar. Como esperado, o Fed anunciou a manutenção de sua taxa de juros na faixa de 5,25% a 5,50%, mas passou indicações de que os cortes podem começar em setembro. Houve mais algum progresso em direção à meta de 2% de inflação do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed. Para o colegiado, a inflação agora está apenas "um pouco elevada", um importante rebaixamento em relação à avaliação que o Fed utilizou anteriormente, de que a inflação estava "elevada". No Brasil, o dólar reduziu um pouco sua força logo após o comunicado do Fed, mas não o suficiente para sair do território positivo. No fim da sessão, os investidores também faziam os últimos ajustes antes da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.

Com a queda das taxas futuras nesta quarta-feira (31/07), a curva a termo brasileira precificava perto do fechamento 92% de chances de manutenção da Selic em 10,50% ao ano. A probabilidade de alta de 25 pontos-base estava em 8%. No exterior, o dólar seguia em baixa. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,34%, a 104,090. O Banco Central vendeu todos os 7.460 contratos de swap cambial tradicional em leilão para fins de rolagem do vencimento de 2 de setembro de 2024. O Brasil teve fluxo cambial total positivo de US$ 937 milhões em julho (até o dia 26), com saídas líquidas de US$ 2,009 bilhões pela via financeira e entradas de US$ 2,946 bilhões pelo canal comercial. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.