ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

01/Aug/2024

Grãos: RS obteve colheita farta na safra 2023/2024

Após duas safras frustradas por secas, armazéns e silos do Rio Grande do Sul voltaram a ficar cheios neste ano. Embora a produção tenha sofrido problemas, como uma estiagem temporária em janeiro, na região norte do Estado; e as chuvas e enchentes no final da safra de verão (1ª safra 2023/2024), em abril e maio, os produtores do Estado conseguiram finalmente uma colheita farta. De acordo com o último boletim da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Rio Grande do Sul deve colher 37,1 milhões de toneladas de grãos na safra 2023/2024. O resultado é 34,5% maior do que o da temporada anterior. Apenas na soja, a estimativa de produção é de 19,6 milhões de toneladas, 51% a mais do que as 13 milhões de toneladas registradas em 2022/2023. Segundo a Cotrijal, de Não-Me-Toque (RS), neste ano a safra foi boa, o que resultou em armazéns cheios.

Maior cooperativa do Estado, está em 53 municípios, tem 78 unidades de recebimento e armazenagem de produção, com uma capacidade estática de 1,2 milhão de toneladas. A unidade da Cotrijal em Não-Me-Toque tem capacidade para armazenar 74 mil toneladas de grãos. No entanto, o volume que circula ao longo de um ano chega a ser três vezes maior, transportado diariamente por uma frota de 200 a 250 caminhões. Da produção que chega nos armazéns de Não-Me-Toque, 90% da soja é enviada para exportação. O milho é consumido pela fábrica de ração da cooperativa; o trigo, vai para a indústria moageira; e a cevada é adquirida pela fabricante de bebidas Ambev. Na safra de verão (1ª safra 2023/2024), a Cotrijal recebeu mais de 1,7 milhão de toneladas de grãos de seus 16 mil associados. A produtividade média dos cooperados foi de 58,7 sacas de 60 Kg por hectare na soja e de 127,7 sacas de 60 Kg por hectare no milho.

No norte do Rio Grande do Sul, principal região produtora de soja e milho do Estado, as chuvas que causaram as inundações de abril e maio não afetaram de forma significativa a produção de grãos, que já havia sido praticamente colhida. Na região sul do Estado, a situação foi outra. As lavouras que sobreviveram às enxurradas tiveram forte perda de qualidade e produtividade, com elevados índices de umidade e grande percentagem de grãos avariados. No caso da Cotrijal, que havia adquirido unidades da antiga cooperativa Coagrisol, na metade sul, a situação fez com que parte da produção das lavouras atingidas pelas chuvas fosse destinada para unidades no norte, que possuem melhor estrutura para secagem. Para a soja, a indústria exige um índice de umidade de 13% e não mais do que 8% dos grãos avariados. Mas, o que foi recebido das regiões afetadas pelas chuvas tinha de 30% a 35% de umidade, e continham 50% a 80% de avariados.

Devido a isso, após os grãos passarem pela secagem, foi preciso fazer um “blend” das safras das duas regiões, juntando cargas para formar lotes com o percentual permitido de avarias. A falta de armazenagem para a safra de grãos é um antigo problema logístico do agronegócio do Brasil. De acordo com dados do Sistema de Cadastro Nacional de Unidades Armazenadoras (Sicarm) da Conab, em 2024, a capacidade disponível para armazenamento no país é de 205,8 milhões de toneladas. Para guardar esse volume, existem 11.651 silos e armazéns. A estimativa para colheita brasileira na temporada 2023/2024, de acordo com o último boletim da Conab é de 299 milhões de toneladas. Ou seja, mesmo com uma queda de 6,4% em relação à temporada 2022/2023, a safra deve ser 45% maior do que o espaço disponível para armazená-la. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.