01/Aug/2024
Um ‘tratoraço’ está programado para acontecer em Porto Alegre no dia 8 de agosto, em protesto contra a demora do governo federal no atendimento dos pedidos do agronegócio para auxílio aos produtores atingidos pelas enchentes e chuvas de abril e maio. Segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), os prejuízos à agropecuária ultrapassam R$ 5 bilhões. Organizada pelo movimento SOS Agro RS, a manifestação deve contar com até 500 tratores e espera a presença de milhares de agricultores e pecuaristas. Os principais protestos ocorrerão na sede da superintendência do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) no Estado e em frente ao prédio da Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul. Apesar da publicação das Medidas Provisórias (MPs) do governo federal regulamentando o auxílio, os protestos continuarão até que os auxílios sejam concretizados nas contas dos produtores, pois o apoio não passa de “promessas” até então.
O movimento SOS Agro RS defende pautas encaminhadas pela Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) e pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag/RS). A Farsul pede uma linha de crédito com pagamento em até 15 anos, juros de 3% ao ano e dois anos de carência. A Fetag/RS busca a anistia das dívidas dos pequenos agricultores e um auxílio emergencial de um salário-mínimo por seis meses, entre outras medidas. Na terça-feira (30/07), o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, reuniu-se virtualmente com representantes do setor produtivo do Rio Grande do Sul e parlamentares da bancada do Estado na Câmara dos Deputados para detalhar as ações a serem implementadas com a publicação da primeira MP, que permitirá a concessão de subvenção econômica e descontos em parcelas de crédito rural dos produtores atingidos pelas enchentes. Ainda há dúvidas sobre a funcionalidade dos descontos nas parcelas.
As regras serão detalhadas posteriormente por decreto, com previsão de descontos a partir de 30%, de acordo com as perdas apuradas no campo, aplicando uma escala de progressão desse percentual conforme o prejuízo confirmado na atividade produtiva. As medidas contemplarão financiamentos com recursos controlados, podendo operações com taxas livres ser reclassificadas para inclusão na medida. O ministro Fávaro também confirmou que o governo enviará um PLN ao Congresso Nacional para alterar trecho da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que veta a concessão de crédito a pessoas e empresas “negativadas”. Ao todo, deverão ser publicadas três MPs: uma para concessão de descontos, outra para abertura de crédito extraordinário para custear a medida, e uma terceira, a ser editada posteriormente, com regras para a repactuação de dívidas privadas de cooperativas, cerealistas e revendas. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.