01/Aug/2024
De acordo com um estudo do Banco Mundial e da Organização Internacional do Trabalho (OIT), publicado nesta quarta-feira (31/-7), mais de 37 milhões de empregos no Brasil podem estar expostos à inteligência artificial generativa (IAGen). O contingente representa mais de um terço (37%) do total das vagas no País. Nessa proporção, o Brasil figura entre as nações da América Latina e do Caribe que podem ser mais impactadas pela tecnologia que vem revolucionando os negócios mundo afora, para o bem ou para o mal. O Banco Mundial e a OIT estimam que entre 26% e 38% dos empregos na região podem estar expostos à IAGen. No mundo, essa fatia é maior e representa 43%, o que significa que mais de 260 milhões de empregos estariam expostos à IAGen. A exposição à tecnologia está ligada ao status econômico dos países, indicando que os níveis de renda têm forte correlação com o esperado impacto da IAGen nos mercados de trabalho.
Para dimensioná-los, foram estabelecidas três categorias de impacto: potencial de automação, potencial de aumento e o grande desconhecido. No Brasil, quase 22% da exposição das vagas de trabalhos se dá pelo que o estudo chamou de 'o grande desconhecido', no qual as consequências da tecnologia são imprevisíveis. Na sequência, aparecem o potencial de aumento de produtividade a ser proporcionado pela IAGen, com cerca de 13%, e risco de automação dos empregos, com 2,38%. Na visão do Banco Mundial e da OIT, as oportunidades da IAGen na região da América Latina e do Caribe superam os riscos. É mais provável a IAGen ampliar e transformar os empregos da região do que automatizá-los por completo. O estudo prevê que a IAGen pode elevar a produtividade dos empregos na América Latina e no Caribe entre 8% e 14%. Os segmentos de destaque são urbano, formal e de população instruída, além daquela de renda mais alta. No entanto, as lacunas na infraestrutura digital e outras desigualdades podem prejudicar os possíveis impactos da IAGen na região.
Até a metade dos empregos que poderiam ter a produtividade aumentada com a inteligência artificial generativa, cerca de 17 milhões, são prejudicados por lacunas no acesso e na infraestrutura digital. Além disso, de 2% a 5% dos empregos na região correm o risco de total automatização devido à transformação proporcionada pelas capacidades de ferramentas que se valem da IAGen. O possível impacto nas vidas das pessoas e em seus meios de subsistência não deve ser banalizado. O resultado final dependerá da evolução e dos usos dessa nova tecnologia no futuro. Nesse sentido, os organismos sugerem aos governos dos países latinos políticas de proteção ao emprego, aumento da produtividade e que contribuam para maximizar o potencial transformador da IAGen no intuito de promover o "crescimento mais inclusivo" e o "desenvolvimento sustentável". Na terça-feira (30/07), o governo brasileiro anunciou um plano de ações voltadas para a inteligência artificial no Brasil. Batizado de "IA para o Bem de Todos", prevê R$ 23,03 bilhões de investimentos entre 2024 e 2028. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.