31/Jul/2024
O dólar fechou esta terça-feira (30/07) perto da estabilidade ante o Real, após ter apresentado ganhos mais firmes no início da sessão, com investidores antecipando parte da disputa pela formação da Ptax de fim de mês e à espera das decisões sobre juros do Banco do Japão, do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e do Banco Central do Brasil, todas nesta quarta-feira (31/07). O dólar fechou a R$ 5,61, em leve baixa de 0,10%. No mês de julho, a divisa acumula alta de 0,52%. Desde cedo a expectativa para as decisões de política monetária permeavam os negócios, com parte dos investidores controlando o apetite ao risco no mercado brasileiro.
Parte da disputa pela Ptax, a ser definida na quarta-feira (31/07), também foi antecipada, com investidores comprados (posicionados na alta das cotações) empurrando o dólar para cima. Segundo a Remessa Online, na segunda-feira (29/07), o Real descolou das demais moedas no exterior e subiu, mas agora houve uma pequena correção. Também foi vista movimentação em torno da Ptax. Taxa de câmbio calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista, a Ptax serve de referência para a liquidação de contratos futuros. Neste cenário, o dólar oscilou entre a cotação mínima de R$ 5,61 (-0,25%) e a máxima de R$ 5,66 (+0,69%).
Apesar do movimento mais intenso na primeira parte da sessão, o dólar perdeu força à tarde e se reaproximou da estabilidade ante o Real. O movimento ocorreu enquanto, no exterior, a moeda norte-americana seguiu sustentando altas ante divisas como o peso colombiano e o peso mexicano. Nesta quarta-feira (31/07), sairá a decisão do Federal Reserve sobre juros e na sequência o chair da instituição, Jerome Powell, falará à imprensa. A quarta-feira (31/07) terá ainda a decisão do Banco do Japão, que é aguardada com ansiedade pelo mercado de câmbio, já que a apreciação do iene nas últimas semanas tem servido de motivo para o avanço do dólar ante várias divisas de emergentes, como o Real.
À noite será a vez de o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciar sua decisão sobre a taxa básica Selic. Há um consenso no mercado de que a taxa será mantida em 10,50% ao ano, mas os agentes estarão atentos às indicações para as próximas reuniões. A dúvida é se o Copom sinalizará a possibilidade de elevação de juros à frente, algo que já vem sendo considerado por algumas casas. Para a Guide Investimentos, pouca coisa deve mudar. O Copom deve fazer um comunicado mais conservador no sentido de uma política monetária mais restritiva, mas sem dar muita direção. A piora do cenário deve levar o Copom a sustentar a mensagem de ‘pulso firme’ na condução da política monetária, principalmente em um ambiente caracterizado por uma forte pressão sobre o câmbio.
Ainda assim, não parece haver necessidade de subir o juro nas próximas decisões, uma vez que, no atual cenário, o patamar atual da Selic já é contracionista o suficiente para que a inflação convirja para a meta no horizonte relevante para a atuação da política monetária caso se sustente na maior parte de 2025. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,03%, a 104,550. O Banco Central vendeu todos os 12 mil contratos de swap cambial tradicional em leilão para fins de rolagem do vencimento de 2 de setembro de 2024. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.