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25/Jul/2024

G20: Aliança Global contra a Fome e a Pobreza

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender a melhor distribuição de renda no mundo e a mostrar indignação com a disparidade dos avanços tecnológicos ao mesmo tempo em que o globo ainda enfrenta a fome. O presidente participou do pré-lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, plataforma que vai ligar regiões necessitadas a países e entidades que se propõem a financiar projetos locais. O evento ocorre às margens das reuniões do grupo das 20 maiores economias do mundo (G20), que ocorrem no Rio de Janeiro. De forma improvisada e emocionada, após ler um longo discurso no evento, Lula pediu mais comprometimento dos governantes. Ele defendeu que os países precisam olhar para os pobres, porque eles são seres humanos e querem ter oportunidade. O chefe do Executivo também voltou a dizer que é preciso distribuir mais o capital pela sociedade.

Economistas, governantes, pessoas que têm poder de decisão, pessoas que dirigem bancos de investimento, bancos que fazem crédito, precisam compreender uma coisa: que muito dinheiro na mão de poucos simboliza miséria, simboliza prostituição, analfabetismo, simboliza empobrecimento e simboliza fome. Agora, o contrário, pouco dinheiro na mão de muitos significa exatamente o contrário: a sociedade prospera, com emprego, sociedade consumindo e vivendo com decência. Essa ética, de acordo com o mandatário, é imprescindível para a sobrevivência humana. A fome não é uma coisa natural, é algo que exige decisão política. O Brasil vai arcar com a metade dos custos administrativos da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, algo em torno de US$ 9 milhões a US$ 10 milhões até 2030. A plataforma proposta pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Cúpula do G20 em Nova Delhi, no ano passado, vai ligar regiões necessitadas a países e entidades que se propõem a financiar projetos locais.

Há uma decisão para o Brasil colaborar financeiramente com metade do valor previsto para a governança da Aliança até 2030, o que envolve o acompanhamento das metas e o trabalho de outros países. Segundo Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome do Brasil, os custos administrativos, com secretariado e estrutura burocrática da plataforma devem custar de US$ 18 milhões a US$ 20 milhões. O restante dos recursos virá de países como a Noruega e demais governos dispostos a colaborar. O Brasil também vai colaborar com conhecimento, tem a Embrapa, Fiocruz, o próprio Ministério de Desenvolvimento Social. Todas as experiências do Brasil também serão disponibilizadas. Os programas brasileiros que estarão na cesta oferecida à Aliança são os programas de transferência de renda, alimentação escolar, agricultura familiar, e o Cadastro Único.

Dos outros países, há experiências muito boas na área de qualificação de jovens, qualificação de adultos e, ainda, apoio ao empreendedorismo. O ministro Wellington Dias afirmou que o Brasil deseja que cada país livremente decida participar da Aliança Global contra a Fome, programa liderado pelo Brasil no grupo das 20 maiores economias do mundo (G20) e disse estar otimista com a alta adesão. Para aderir ao programa é preciso seguir algumas regras, como a de que o país interessado apresente um plano de Estado, e não de governo, para acabar com a fome. O plano tem que estabelecer quais as metas até 2030 para reduzir fome e pobreza e levar em conta políticas que já foram testadas e deram certo. Dias voltou a dizer que o Brasil voltará a sair do mapa da fome até 2026. No caminho que está, é possível sair do mapa da fome até o fim do governo Lula.

Não se trata só de dinheiro, é preciso alcançar todas as pessoas, pois há dificuldades de acesso, por exemplo, da população indígena, ribeirinhas, morador de comunidades ou até sem moradia. O governo conseguiu incorporar 1,4 milhão de famílias que estavam fora de programas sociais, o que significaria um acréscimo de 4 milhões de pessoas. O ministro defendeu o modelo atual de pagamento do benefício no governo Lula, que leva em consideração o tamanho das famílias, criticando indiretamente o governo anterior, que pagava um valor fixo independentemente da quantidade de membros da família. Antes de implantar no atual governo o Brasil sem Fome, o principal programa é o Bolsa Família, mas havia o Auxílio Brasil, que repassava valor fixo de R$ 600,00,00 por beneficiário. Na média, o pagamento do Bolsa Família atualmente é de R$ 690,00 por beneficiário. O governo atual trouxe o conceito da renda básica da cidadania: quem tem renda de R$ 218,00 para baixo per capita passa a ter direito ao Bolsa Família, que é de cerca de US$ 40,00.

São 21 milhões de famílias beneficiadas ou cerca de 55 milhões de pessoas. Todas recebem uma renda per capita mínima de R$ 142,00. Pelos cálculos do Ministério, dos 21 milhões beneficiários, 19,7 milhões recebem auxílio acima de R$ 118,00 per capita. Isso resultou na redução de 85% de insegurança alimentar severa de 2022 para 2023. O presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, afirmou que a instituição será um dos parceiros que vai liderar a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. A plataforma, que foi proposta pelo presidente Lula, será lançada em novembro deste ano com o objetivo de ligar regiões necessitadas a países e entidades que se propõem a financiar projetos. O executivo prometeu que o Banco Mundial vai auxiliar a Aliança na realização e novos diagnósticos, "país por país", sobre a incidência da fome, pobreza e alcance da rede de proteção social para que os governos locais possam adotar políticas públicas bem-informadas.

O Banco Mundial deixará recursos mais disponíveis para que os países possam fazer escolhas a partir dessa cesta de políticas contra a fome. O objetivo da instituição é garantir financiamentos capazes de apoiar meio bilhão de pessoas até o fim da década. “Existe um potencial muito grande hoje com o presidente Lula para reduzir a pobreza no mundo", disse Banga. O executivo observou a necessidade de expandir terras agricultáveis em países mais atingidos pela fome e a pobreza, observando que o mundo está muito abaixo do uso apropriado da terra. O mundo pode aprender com a Embrapa e produzir melhor, fazer mais colheitas com a mesma terra, ter mais produtividade. A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO/ONU) fez longo elogio aos esforços do presidente Lula no combate à fome e considerou que o Brasil fez um progresso formidável, diminuindo o percentual dos que estão com fome em 2023. Além disso, elogiou Lula e o País por terem levado o tema da fome ao nível mais alto do mundo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.