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24/Jul/2024

Setor Industrial quer agenda de desenvolvimento

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) cobrou a execução de uma pressão política do setor industrial para a consolidação do processo de desenvolvimento industrial que se inicia. Da mesma forma que o governo, em 2003, criou o Plano Safra que se tornou um programa de Estado e em 2004 criou as Letras de Crédito Agrícola (LCA) que levaram à isenção fiscal e redução dos custos e investimentos, agora a indústria está criando o Plano Mais Produção. Isso não tem que ser um plano de governo, tem que ser um programa de Estado. E para isso, numa democracia moderna, é preciso uma agenda de pressão política, da mesma maneira que estão sendo criadas as Letras de Crédito de Desenvolvimento (LCD), reduzindo o custo da produção no País. Esse é uma agenda de Estado e será fundamental a partir da capacidade da indústria brasileira fazer a pressão política necessária.

O Estado Brasileiro custa R$ 3,3 trilhões e a indústria tem um plano de mais produção de R$ 300 bilhões para quatro anos. São R$ 75 bilhões, na sua maioria comprometidos. No BNDES, as contratações da indústria saltaram de R$ 10 bilhões ao ano em 2021 para mais de R$ 80 bilhões a partir de 2023. Então é um salto. Há uma mudança, há uma inflexão, há dinheiro novo sendo colocado. Para inovação, salta de R$ 1 bilhão para mais de R$ 10 bilhões. Há um vendo de mudança, mas o mundo rico está alocando US$ 12 trilhões em políticas industriais. O Brasil não pode ficar preso à agenda de fracassos a que se acostumou. A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) afirmou que existe crédito para financiar a indústria. O problema é que esse financiamento é insuficiente e caro. O sistema financeiro nacional empresta para a indústria no Brasil algo em torno de 20% do Produto Interno Bruto (PIB). O endividamento das empresas no exterior, a média da União Europeia é de 75% do PIB, Estados Unidos e Japão é de quase 100% do PIB, e a China, não à toa, 150% do PIB.

Comparado com isso, o Brasil não tem financiamento. E não tem financiamento porque o brasileiro não gosta de pegar dinheiro emprestado? Não, ele pega dinheiro emprestado todos os dias. O problema é que estes 20% do PIB que a indústria pega, comparado com o faturamento vai a 33%. A conta considera o faturamento da indústria de R$ 6,8 trilhões em 2022, com PIB de R$ 10 trilhões. Fazendo a relação, os 20% do PIB dá 33%. A indústria não toma mais recursos porque, a custos correntes no Brasil, o capital de giro é acima de 20%. Tomando financiamento de 33%, tem um custo final sobre o faturamento de 6%. Como a margem da indústria é de 8%, se tomar mais de 33% de financiamento no Brasil, a indústria quebra. O custo do financiamento passa a ser maior que o lucro da indústria. Então, o Brasil tem financiamento, mas é pouco e caro. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.