24/Jul/2024
De acordo com levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), o Indicador de Clima Econômico (ICE) da América Latina recuou 14 pontos na passagem do primeiro para o segundo trimestre de 2024, atingindo 91,7 pontos. Com o resultado, o ICE retornou para a zona desfavorável (abaixo de 100 pontos), após duas leituras consecutivas acima deste nível. Houve nesta leitura recuo tanto do Indicador de Situação Atual (queda de 8,8 pontos na margem, a 89,2 pontos), quanto no Indicador de Expectativas (contração de 19,4 pontos, a 94,3 pontos). Houve recuo no Indicador do Clima Econômico em cinco países nesta leitura: Uruguai, Brasil, México, Chile e Colômbia, enquanto outras cinco nações registraram melhora: Paraguai, Peru, Equador, Argentina e Bolívia. Estão com o clima na zona favorável apenas México, Uruguai e Brasil. No Brasil, a queda no segundo trimestre foi de 10,1 pontos e está associada à contração de 30 pontos no Indicador de Expectativa, que agora encontra-se na zona neutra (100 pontos).
O Indicador de Situação Atual, em contrapartida, cresceu 9,1 pontos, levando o indicador à zona favorável. Contudo, as enquetes foram realizadas antes das enchentes no Rio Grande do Sul, que ocorreram no mês de maio. Em relação à Argentina, houve avanço de 25,2 pontos na margem, apesar do ambiente de acirradas controvérsias em relação às medidas do presidente Javier Milei. O Indicador da Situação Atual avançou 2,9 pontos, a 15,4 pontos, enquanto elevação no Indicador de Expectativa foi de 55,8 pontos na margem, o que levou a Argentina à zona favorável neste segmento. Entre os problemas mais relevantes para o entrave do crescimento na região, os mais citados pelos especialistas foram: falta de inovação; falta de confiança na política econômica; corrupção e barreiras legais e administrativas para os investidores. Entre os consultados argentinos, chamou a atenção a mudança de percepção acerca da credibilidade da política do Banco Central do país.
Na pesquisa do quarto trimestre de 2023, 92% dos experts consultados sinalizaram que a credibilidade da política do Banco Central era um obstáculo para o desenvolvimento, contra apenas 17% na pesquisa atual. No mesmo sentido, a desconfiança na política econômica da Argentina caiu de 92% para 50%. A melhora na avaliação dos especialistas indica uma diminuição na incerteza em relação à política econômica do governo Milei. Nesta pesquisa a FGV ainda incluiu uma enquete especial, sobre o impacto da desaceleração do crescimento econômico da China para a América Latina. Predominaram as previsões de um impacto médio (acima de 50%) em todos os países, exceto Bolívia, Brasil e México. No caso brasileiro, o percentual é de 25% para os que consideram um impacto médio e 25% alto. 50% dos entrevistados brasileiros minimizaram o impacto. Há, portanto, uma divisão clara: metade dos especialistas brasileiros consideram que haverá impactos alto/médio, enquanto a outra metade que o impacto será baixo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.