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22/Jul/2024

Dólar em alta com risco fiscal e movimento externo

O otimismo trazido pelo anúncio de congelamento de despesas pelo governo foi diluído durante a sessão de sexta-feira (19/07), o que fez o dólar fechar em alta, novamente acima dos R$ 5,60, em meio a persistente desconfiança em relação à política fiscal brasileira e à alta da moeda norte-americana no exterior. O dólar fechou a R$ 5,60, em alta de 0,28%. Em uma semana marcada pelo aumento da percepção de risco fiscal, a moeda norte-americana acumulou ganho de 3,20%. O dólar registrou a menor cotação do logo na abertura dos negócios, quando foi negociado a R$ 5,52. A pressão de baixa refletia o anúncio do fim da tarde de quinta-feira (18/07), quando o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que o governo fará uma contenção de R$ 15 bilhões no Orçamento deste ano para cumprir as exigências do arcabouço fiscal.

Segundo o ministro, R$ 11,2 bilhões serão bloqueados para respeitar o limite de despesas públicas para este ano. Outros R$ 3,8 bilhões serão contingenciados para que a projeção de resultado primário do ano fique dentro da banda de tolerância da meta fiscal. Ao longo da sessão, porém, outros fatores fizeram o dólar voltar a ganhar força ante o Real. A moeda norte-americana subia ante a maior parte das demais divisas no exterior, incluindo moedas pares do Real como o peso mexicano e o peso chileno. Os rendimentos dos Treasuries também subiam, dando suporte ao dólar. Segundo a FB Capital, a abertura refletiu alívio no risco fiscal e, depois, houve alinhamento ao exterior. Outro fator que deu força ao dólar era a avaliação, bastante presente no mercado, de que os R$ 15 bilhões congelados estão longe de resolver a questão fiscal e evitar a expansão da dívida pública.

Neste cenário, o dólar atingiu a máxima de R$ 5,60, perto do fim da sessão. Pela manhã, profissionais do mercado também citaram um fluxo de entrada de dólares pelo mercado à vista no Brasil, o que teria pesado sobre as cotações. O fluxo seria proveniente de investidores estrangeiros que participarão da privatização da Sabesp, precificada em R$ 14,8 bilhões. O Banco Central vendeu todos os 12 mil contratos de swap cambial tradicional em leilão para fins de rolagem do vencimento de 2 de setembro de 2024. No exterior, o dia foi negativo, com as Bolsas de Nova York em baixa firme, o dólar em alta ante a maior parte das divisas e a curva de juros norte-americana abrindo, em sessão marcada por uma falha tecnológica global. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,23%, a 104,380. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.