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22/Jul/2024

Apagão cibernético e riscos para o setor financeiro

Segundo a Fitch Ratings, o apagão cibernético global, na sexta-feira (19/07), expõe os riscos sistêmicos associados à crescente dependência do setor financeiro por serviços terceirizados. A migração de tecnologias para alternativas como sistemas de nuvens pode ser benéfica ao ampliar a flexibilidade e a inovação. Mas, problemas em um único fornecedor podem levar a falhas generalizadas, incluindo a suspensão de contas bancárias e transações financeiras. As autoridades tentarão promover uma coordenação global para lidar com essas questões. No entanto, isto vai se revelar difícil, sendo mais provável que a supervisão recaia sobre instituições regulamentadas.

A Capital Economics alerta que o apagão cibernético causou enormes interrupções temporárias em diversos setores como o de aviação e de saúde no mundo todo, mas não deve trazer grande impacto macroeconômico e no mercado financeiro. Embora ainda haja muita incerteza, não está previsto um grande impacto macroeconômico ou no mercado financeiro neste estágio. O apagão cibernético global teria sido causado por uma atualização em um sistema da CrowdStrike, especialista em segurança cibernética com sede em Austin, no Texas, Estados Unidos, e que impactou os usuários da Microsoft no mundo todo. Os setores mais afetados incluem aeroportos, companhias aéreas, ferrovias, emissoras, empresas de transporte, serviços de saúde e emergência.

Mas, no que diz respeito à economia, o impacto é muito incerto, embora provavelmente pequeno. Uma correção do problema já foi endereçada, mas consertar os efeitos causados pode levar tempo. Isso pode explicar por que houve pouco impacto nos mercados financeiros. Outro motivo para o "impacto silencioso" nos mercados é o fato de que o próprio fundador e CEO da CrowdStrike, George Kurtz, descartou a possibilidade de que isso esteja relacionado a um ataque cibernético. Consequentemente, o risco de interrupção prolongada é menor. A paralisação global em diferentes sistemas de TI por conta de uma atualização mal-sucedida no software de segurança Falcon da CrowdStrike, que afetaram dispositivos da Microsoft Windows, pode vir a ser o maior da história, destaca a mídia internacional.

O britânico The Guardian trouxe como manchete em seu site: "Maior interrupção de TI da história" atinge o Microsoft Windows e causa caos global. A reportagem aborda análise do BCS (Chartered Institute for IT), destacando que a recuperação completa dos sistemas afetados pela falha no software CrowdStrike pode levar “semanas”, mas que a crise poderia ter sido ainda maior. A correção precisa ser aplicada a muitos computadores globalmente, e problemas como telas azuis e loops infinitos podem tornar o processo mais complicado e demorado. Embora o Microsoft Windows seja amplamente utilizado, o Linux é o sistema preferido para operações críticas, o que pode ter evitado uma crise ainda maior. Falta saber se a escala e o impacto da interrupção dos sistemas ao redor do mundo atingirão o nível do ataque cibernético “NotPetya” de 2017, que teve a Rússia como principal suspeita.

O ataque de 2017 teve como alvo inicial computadores na Ucrânia, mas afetou empresas globalmente. A CrowdStrike está procurando maneiras de automatizar a correção, o que indica que os clientes estão limitados a correções manuais até o momento. Isso significa que as entidades afetadas, de bancos a bolsas de valores e portos marítimos, podem levar dias para voltar a ficar totalmente online, como declarou a Universidade de Surrey. Segundo The Verge, a solução para muitos casos não será fácil. Os administradores de TI ainda estão tentando usar uma solução alternativa inicial fornecida pela CrowdStrike, que envolve inicializar sistemas Windows no modo de segurança e excluir um arquivo de sistema.

Ao The New York Times, Lukasz Olejnik, pesquisador e consultor independente de segurança cibernética, disse que, diferentemente das atualizações de software do iPhone que a Apple envia aos clientes, o incidente envolveu sistemas de tecnologia da informação em segundo plano que as pessoas normalmente não veem as empresas usarem. Os sistemas afetados realizam tarefas essenciais, incluindo a varredura de computadores em busca de vírus. Esse software precisa de acesso total ao sistema para cumprir suas funções, o que torna o problema ainda mais complexo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.