19/Jul/2024
A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e o Banco Mundial anunciaram o Projeto Protect, uma iniciativa que busca otimizar sistemas de vigilância de doenças e laboratórios de pesquisa e análise em sete países da América do Sul, entre eles o Brasil. O objetivo é fortalecer a resposta desses países a pandemias, com foco especialmente na Região Amazônica. O local da ação foi escolhido por ser lar de aproximadamente metade da biodiversidade da Terra e por sua suscetibilidade aos efeitos das mudanças climáticas e da interferência humana. A existência de vetores de doenças na região tropical e subtropical, junto ao nível de isolamento de algumas áreas, faz com que as comunidades que ali vivem estejam mais vulneráveis aos riscos de pandemias.
O projeto espera beneficiar mais de 2,4 milhões de pessoas nos próximos três anos, entre elas indígenas, não indígenas e ribeirinhos, migrantes e pessoas deslocadas. Para isso acontecer, a iniciativa conta com uma concessão de quase U$ 17 milhões (R$ 92,2 milhões) do Fundo para Pandemias, mecanismo de financiamento dedicado a fornecer subsídios plurianuais para ajudar os países de baixa e média renda a se prepararem melhor para futuras pandemias. Os países beneficiados pelo projeto são, além do Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai e Uruguai. Além da Opas e do Banco Mundial, estão envolvidos no Protect os Ministérios da Saúde e da Agricultura dos sete países e o Centro Pan-Americano de Febre Aftosa e Saúde Pública Veterinária da Opas.
O Banco Mundial celebrou a colaboração conjunta e afirmou que é urgente um compromisso político dos governos e uma melhor articulação entre todos os setores para salvar vidas. Com isso, a OPAS espera também fortalecer a coordenação e troca de informações entre os setores, países e na região para os esforços de preparação e resposta a pandemias. Há dois anos, foi publicada na revista Science Advances uma pesquisa liderada por cientistas do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). Já naquela época, havia um alerta para o risco de uma pandemia com base no Brasil. O texto considera 173 tipos de patógenos (vírus, bactérias, vermes, parasitas e fungos) associados à caça e que podem causar ao menos 76 doenças em seres humanos. Como seria a evolução disso, sobretudo das zoonoses, é a incógnita. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.