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12/Jul/2024

Dólar avança na contramão do movimento externo

O dólar fechou esta quinta-feira (11/07) em alta no Brasil, com profissionais do mercado citando, para justificar o movimento, certo esgotamento da queda mais recente das cotações e alguns efeitos técnicos sobre o real do forte avanço do iene no exterior. A alta do dólar ante o Real ficou na contramão da queda da moeda norte-americana ante a maior parte das demais divisas nas outras regiões, onde as cotações reagiram aos dados mais favoráveis da inflação dos Estados Unidos. O dólar fechou a R$ 5,44, em alta de 0,53%. Em 2024, a divisa acumula elevação de 12,17%. O Departamento do Trabalho dos Estados Unidos informou que o índice de preços ao consumidor (CPI) caiu 0,1% no mês passado, depois de permanecer inalterado em maio. Nos 12 meses até junho, o índice subiu 3,0%, após um avanço de 3,3% em maio. O CPI mais fraco que o esperado pesou sobre os rendimentos dos Treasuries e fez o dólar ceder ante boa parte das demais divisas.

No Brasil, a moeda norte-americana atingiu a mínima de R$ 5,37 (-0,79%), pouco depois da divulgação dos números. No entanto, o dólar recuperou sua força ante o Real e migrou para o território positivo. Alguns profissionais avaliavam que o fato de o iene estar subindo mais de 2% ante o dólar, após ter atingido na véspera o menor valor em 38 anos, estava afetando operações de carry trade feitas com a moeda japonesa e o Real brasileiro. No carry trade, investidores tomam recursos no exterior, a taxas de juros baixas, e reinvestem em países como o Brasil, onde a taxa de juros é maior. Atualmente, muitas operações de carry trade envolvendo o Brasil são financiadas em iene, e não em dólar. Assim, quando a cotação do iene sobe de forma abrupta, investidores tendem a desmontar essas posições de carry, o que acaba por pressionar as cotações do real. Um dos efeitos é a alta da taxa de câmbio. Segundo a One Investimentos, além desta questão técnica envolvendo o iene, alguns profissionais pontuaram que a baixa recente do dólar ante o Real limitava a possibilidade de maiores perdas para a moeda norte-americana nesta quinta-feira (11/07).

Houve uma corrigida bem grande, com o dólar saindo dos R$ 5,70 (na semana passada) para R$ 5,40. Então, não faz tanto sentido cair muito mais. Segundo a Wagner Investimentos, existe de fato uma barreira técnica para o dólar nos R$ 5,40 reais e, abaixo disso, nos R$ 5,30. Se houver boas notícias na área fiscal e a continuidade de boas notícias no exterior, o dólar até pode cair mais. Vai depender muito do dia 22 de julho, data marcada para o Ministério da Fazenda apresentar relatório com possíveis cortes de gastos para cumprimento da meta fiscal. No exterior, o dólar seguia em alta firme ante a maior parte das divisas. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,49%, a 104,460. O Banco Central vendeu todos os 12 mil contratos de swap cambial tradicional em leilão para fins de rolagem do vencimento de 2 de setembro de 2024. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.