11/Jul/2024
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a alta de 0,21% registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em junho de 2024 foi o resultado mais alto para o mês desde 2022, quando ficou em 0,67%. Em junho de 2023, a taxa tinha sido mais baixa, de -0,08%. Como consequência, a taxa acumulada em 12 meses acelerou pelo segundo mês consecutivo, passando de 3,93% em maio para 4,23% em junho, maior patamar desde fevereiro deste ano, quando estava em 4,50%. A meta de inflação perseguida pelo Banco Central em 2024 é de 3,0%, com teto de tolerância de 4,50%. Sete dos nove grupos que integram o IPCA registraram altas de preços em junho. Houve deflação em Transportes (queda de 0,19% e impacto de -0,04%) e Comunicação (-0,08% e impacto de 0,00%).
Os aumentos foram registrados em Alimentação e bebidas (0,44%, impacto de 0,10%), Saúde e cuidados pessoais (0,54%, impacto de 0,07%), Habitação (0,25% e impacto de 0,04%), Despesas pessoais (0,29%, impacto de 0,03%), Educação (0,06%, impacto de 0,00%), Vestuário (0,02%, impacto de 0,00%) e Artigos de residência (0,19% e impacto de 0,01%). Três das dezesseis regiões investigadas registraram quedas de preços em junho. O resultado mais baixo foi verificado em Porto Alegre (RS), -0,14%, enquanto o mais elevado ocorreu em Goiânia (GO), 0,50%. A alta de 7,43% no leite longa vida exerceu a maior pressão sobre a inflação de junho, uma contribuição de 0,06% para a taxa de 0,21% registrada no mês. Figuraram ainda no ranking de maiores pressões sobre o IPCA de junho a batata-inglesa (0,05%), gasolina (0,03%), taxa de água e esgoto (0,02%) e perfume (0,02%). Na direção oposta, o principal alívio partiu da passagem aérea, com queda de preços de 9,88% e influência de -0,06%.
Houve contribuição negativa também do mamão (-0,03%) e da cebola (-0,02%). Os preços dos alimentos deram a maior contribuição para a inflação de junho. No entanto, as altas foram mais brandas do que no mês anterior, ao mesmo tempo em que houve uma quantidade menor de itens com reajustes. O grupo Alimentação e bebidas saiu de um aumento de 0,62% em maio para uma elevação de 0,44% em junho. O grupo contribuiu com 0,10 ponto porcentual para a taxa de 0,21% do IPCA do último mês. Essa alta no IPCA foi influenciada, principalmente, por leite longa vida, batata-inglesa e gasolina. Alguns fatores e subitens contribuíram para segurar o resultado de junho, como passagens aéreas e alguns alimentos, como mamão e cebola. O índice de difusão do IPCA, que mostra o percentual de itens com aumentos de preços, passou de 57% em maio para 52% em junho. A difusão de itens alimentícios desceu de 60% em maio para 49% em junho.
Os preços dos alimentos no domicílio continuaram subindo, porém, em ritmo menos intenso que no mês anterior. O custo da alimentação no domicílio desacelerou de uma alta de 0,66% em maio para 0,47% em junho. As famílias pagaram mais pela batata inglesa (14,49%), leite longa vida (7,43%), café moído (3,03%) e arroz (2,25%). Por outro lado, houve quedas na cenoura (-9,47%), cebola (-7,49%) e frutas (-2,62%). Os alimentos com reajustes estão com restrição de oferta. Tanto o leite longa vida quanto a batata-inglesa subiram de preço influenciados por menor oferta do produto. A menor oferta do leite está relacionada ao período de entressafra e por um clima adverso na Região Sul do País. Na batata-inglesa, é final da safra das águas e início da safra das secas. Esse volume da safra das secas ainda não foi tão expressivo, a oferta estava mais controlada. A alimentação fora do domicílio aumentou 0,37% em junho. O lanche subiu 0,39%, enquanto a refeição fora de casa avançou 0,34%. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.