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09/Jul/2024

Plano Safra 2024/2025: Sicoob elevará desembolso

O Sicoob prevê movimentar R$ 53,4 bilhões na safra 2024/2025, que começou em 1º de julho e se estende até 30 de junho de 2025. O valor é 10% superior aos R$ 48,4 bilhões desembolsados pela cooperativa de crédito na temporada anterior. Os resultados refletem nosso compromisso contínuo em apoiar produtores rurais de todos os portes. O Sicoob cresceu 29% no apoio à agropecuária no Plano Safra 2023/2024. Do montante total previsto para a safra 2024/2025, o Sicoob projeta destinar R$ 30,9 bilhões para as operações de custeio, R$ 12 bilhões para investimentos e R$ 8,9 bilhões para industrialização e comercialização. Para os pequenos produtores, vai ofertar R$ 5,9 bilhões por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e outros R$ 9 bilhões para o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp). Na temporada passada, o banco cooperativo realizou mais de 175 mil operações de financiamento em todo o Brasil.

O tíquete médio do Sicoob foi de R$ 276 mil, considerando todos os perfis de produtores, sendo de R$ 77 mil para o Pronaf. Alcançando 96% da meta, de R$ 49 bilhões. Foi necessário um esforço maior para financiar maior área em virtude da queda do custo de produção. Somente da linha de investimento do BNDES foram operados R$ 2 bilhões. O Sicoob operou também 25% do Funcafé. O banco cooperativo operou em todas as linhas de custeio, comercialização e industrialização. Das transações totais, 36% foram destinadas à pecuária, principalmente bovinocultura. Os 64% restantes foram direcionados à agricultura, com destaque para soja, café, cana-de-açúcar e milho. São 8 milhões de cooperados, sendo que 560 mil são produtores rurais. O banco cooperativo espera crescer 15% em limite de recursos equalizados na safra 2024/2025. Os limites que cada agente financeiro pode operar em recursos com taxas de juros subvencionadas pelo governo são distribuídos pelo Tesouro, o que deve ser divulgado em portaria nesta semana.

A estimativa é de um crescimento de 15% sobre o volume fechado na safra passada, de R$ 8,2 bilhões em recursos equalizáveis. Na temporada anterior, o Tesouro inicialmente distribuiu R$ 19,214 bilhões em recursos equalizáveis para o Sicoob, valor que foi remanejado ao longo da temporada. Em recursos captados por meio de Cédulas de Produtor Rural (CPRs), o Sicoob prevê alcançar R$ 17,3 bilhões na safra 2024/2025 ante R$ 16,252 bilhões registrados na temporada passada. Na safra 2023/2024, a CPR ganhou uma importância grande entre as fontes de recursos e tivemos um crescimento de 240%. A expectativa é repetir esse desempenho no ano-safra atual. O Sicoob prevê crescer também em recursos captados por meio de Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), que alcançou R$ 28 bilhões na temporada passada. Na operação do Depósito Interfinanceiro Vinculado ao Crédito Rural (DIR) para cumprimento das exigibilidades ou subexigibilidades do crédito rural, o Sicoob avalia que o desempenho vai depender da disponibilidade do mercado.

Na safra passada, o banco cooperativo operou 38% do mercado de DIR. Com as exigibilidades mantidas, a expectativa é continuar com a participação de mercado que registramos na temporada passada. O banco cooperativista cresce no crédito rural a um ritmo três vezes superior ao observado no crédito em geral, hoje de 9,2% ao ano. O Sicoob cresceu 29% em desembolsos na safra passada. Hoje, o crescimento no crédito direcionado é de 10,7% e opera a taxa de 5,7% em todo o crédito rural no Brasil. Hoje, o Sicoob é um dos principais agentes do custeio com 60% do crédito direcionado a custeio. A oferta do banco cooperativista na safra 2024/2025, de R$ 53,4 bilhões em recursos para financiamentos de pequenos, médios e grandes produtores, está em linha com a demanda aferida pelas agências e cooperativas parceiras. Há uma flexibilidade interna de funding preparada para a imprevisibilidade do agro, mas as pesquisas de demanda mostram alto grau de assertividade.

A queda do custo de produção já passou com aumento expressivo dos fertilizantes recentemente e dos agroquímicos, o que deixou o produtor apreensivo para travar o custeio. O agronegócio vem de uma safra desafiadora, com aumento da inadimplência e das renegociações de crédito rural. Nesta safra, a previsão é de uma melhora da demanda. A inadimplência aumentou, mas continua abaixo da vista nos demais setores, em 1,25% na pessoa física e 0,30% na pessoa jurídica para carteira com 90 dias de atraso. O setor produtivo e de crédito rural aguarda ainda novidades quanto à suplementação do orçamento do seguro rural. Subvenção é uma ferramenta estratégica. Nas últimas safras, os limites de subvenção ficaram muito aquém do esperado. A expectativa é de algum aumento ainda neste ano (R$ 947 milhões do orçamento estão previstos para o PSR neste ano). O setor esperava anúncio de recursos extras ao PSR para todo o País em conjunto com o Plano Safra 2024/2025, o que não ocorreu. Havia uma expectativa de queda nas taxas de juros das linhas de investimentos.

Seria melhor juros mais baixos para tirar projetos da gaveta, mas não foi possível com câmbio disparando e freio no ciclo de queda dos juros básicos. O banco cooperativista vai participar de toda ação de apoio governamental para recuperação do Rio Grande do Sul, mas uma análise pontual dos casos pode ser mais efetiva. Uma portaria com decreto geral não é o melhor caminho porque não são todos produtores na mesma situação. A ideia é olhar caso a caso. Boa parte das dívidas dos produtores do Rio Grande do Sul já foi paga. Ainda é preciso ser mensurado o número de produtores que devem requerer financiamento ou renegociação para este ano. A análise minuciosa da situação financeira do agronegócio do Rio Grande do Sul deve entrar na pauta do Executivo nesta semana. O Ministério da Agricultura defende a classificação dos produtores conforme o nível de impacto das enchentes. Um plano de recuperação tende a ser lançado até a metade de agosto, quando as parcelas das dívidas voltam a ser cobradas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.