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03/Jul/2024

Governistas defendem antecipar indicação ao BC

Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva têm defendido que o governo antecipe sua indicação à presidência do Banco Central com o objetivo de frear a disparada do dólar. O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, é o favorito à vaga. O dólar bateu os R$ 5,70 nesta terça-feira (02/07), reagindo ao enfrentamento do presidente com o mercado financeiro e o atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Porém, ainda não há um sinal claro de que o presidente, de fato, poderia antecipar a sua indicação. O senador Renan Calheiros (MDB-AL), governista, é um dos que defende o anúncio imediato do próximo presidente do Banco Central.

Antecipar o nome do Banco Central diminuiria tensões e incertezas. A anunciar Galípolo agora, caso haja a confirmação dessa escolha do presidente, ajudaria o governo a "colocar a bola no chão" em relação ao mercado financeiro. De quebra, ainda afetaria o poder de fogo de Roberto Campos Neto. Nesta terça-feira (02/07), o presidente Lula afirmou que a alta do dólar é "jogo de interesse especulativo contra o Real". E complementou: "Temos de fazer alguma coisa. Eu não posso falar aqui o que é possível fazer, porque, se não, eu estaria alertando os meus adversários", declarou o presidente.

Lula também criticou Roberto Campos Neto e afirmou que o próximo presidente da instituição, a ser indicado pelo presidente neste ano, verá o Brasil "do jeito que ele é, e não do jeito que o sistema financeiro fala". A fala deflagrou dúvidas nas operações de câmbio de que o governo poderia mexer no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) como forma de segurar o dólar, mas a medida foi descartada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Além disso, lideranças governistas na Câmara solicitaram, nos bastidores, que o presidente Lula fale menos sobre economia e diminua a ofensiva contra o presidente do Banco Central.

Os parlamentares consideram que a beligerância é inócua, não ajuda a baixar a taxa básica de juros, hoje em 10,5%, e contribui para a alta do dólar, que influencia negativamente a inflação. O cenário, reclamam os líderes, pode impactar na eleição municipal e dificulta a defesa do governo em plenário. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), defendeu a política econômica do governo, mas reconheceu que o momento requer cautela. O governo faz um esforço para equilibrar as contas públicas. Aprovou o arcabouço fiscal, por exemplo.

O momento “não é de colocar gasolina, mas água”. Todos sabem a posição do governo em defesa da redução das taxas de juros, pois o ministro Fernando Haddad (Fazenda), fez sua parte, afirma Guimarães. A política monetária tem sido um tema frequente em entrevistas de Lula às mídias regionais durante suas viagens pelo País, que compõem a nova estratégia de comunicação do governo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.