01/Jul/2024
A percepção de que o fortalecimento do dólar ao longo da última semana está aumentando rapidamente o risco inflacionário está no radar não apenas do diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, como também entre os agentes do mercado de câmbio. A AGK corretora ressalta que boa parte do fluxo de operações observado nas últimas sessões está vinculado ao mercado financeiro, não ao setor comercial, que entrou com mais força no mercado no início da semana passada, e que a expectativa anterior era de que o dólar ficasse entre os R$ 5,50 e os R$ 5,55. Já passou deste nível, e se continuar vai começar a mexer muito em índice inflacionário.
Gabriel Galípolo afirmou que o Banco Central está sempre atento a eventuais repasses de uma desvalorização cambial para a inflação ou para expectativas. O comportamento do dólar frente ao Real tornou-se um ponto de atenção para a diretoria do Banco Central. O cenário é de evolução rápida na desvalorização do Real perante o dólar, e tentando sempre fazer uma comparação para ver o quanto essa performance pior, comparada com os pares, representa algum sinal adicional de atenção. Segundo Galípolo, o "patamar mais elevado" do câmbio sugere uma desinflação mais lenta ou mais custosa no País.
O debate no Banco Central recentemente se voltou para o comportamento do Real, assim como foi sobre o cenário externo, no segundo semestre do ano passado, e sobre a desancoragem das expectativas até agora. No entanto, o Banco Central não trabalha com uma "meta de câmbio". O câmbio flutuante absorve mudanças que podem ocorrer de reprecificação, que podem ser provocadas por questões idiossincráticas locais ou por questões estrangeiras. O Banco Central vai estar sempre olhando se existe algum tipo de disfuncionalidade no mercado de câmbio. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.