ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

28/Jun/2024

Dólar fecha em baixa, mas segue acima de R$ 5,50

Após ter atingido na véspera o maior valor em dois anos e meio, o dólar fechou esta quinta-feira (27/06) em leve baixa ante o Real, mas acima dos R$ 5,50, com as cotações ainda refletindo a percepção de aumento do risco fiscal, em um dia em que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçou que a instituição não vai intervir no câmbio em função do nível das cotações. O dólar fechou a R$ 5,50, em baixa de 0,20%, após ter atingido na quarta-feira (26/06) o maior valor de fechamento desde janeiro de 2022. No mês, a divisa acumula alta de 4,90%. O Banco Central divulgou seu Relatório de Inflação, que atualizou algumas projeções econômicas e abordou assuntos específicos ligados à política monetária.

Entre os destaques, elevou de 1,9% para 2,3% a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, ainda abaixo dos 2,5% estimados pelo Ministério da Fazenda. Além disso, alterou de 48 bilhões para US$ 53 bilhões o déficit em transações correntes estimado para 2024 e reduziu de US$ 70 bilhões para US$ 65 bilhões a projeção de Investimentos Diretos no País (IDP). O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto pontuou que a alta da Selic, atualmente em 10,50% ao ano, não está no cenário base do BC e afirmou que a desvalorização recente do Real está em linha com os prêmios de risco do Brasil. Ele também descartou a possibilidade de o Banco Central atuar no mercado em função do nível do dólar. Como o câmbio é tratado como flutuante, a atuação tem que ser causada por alguma disfuncionalidade pontual.

O Banco Central acredita no princípio da separação entre política monetária e câmbio. O viés negativo do dólar no exterior favoreceu algum ajuste de baixa no Brasil, embora a moeda norte-americana tenha oscilado no território positivo em boa parte da sessão, em meio à percepção de aumento do risco fiscal. Segundo a FB Capital, há um nítido movimento defensivo do investidor estrangeiro preocupado com o destino das contas públicas. Mesmo com movimentos pontuais de realização, a cotação não está cedendo. Após registrar a cotação mínima de R$ 5,48 (-0,60%), o dólar atingiu a máxima de R$ 5,54 (+0,38%). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um discurso em reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o "Conselhão".

Em sua fala, Lula afirmou que “quem apostar no fortalecimento do dólar ante o Real vai quebrar a cara". Quem apostar em derivativo vai perder dinheiro nesse País." Na reta final, o dólar retornou para o terreno negativo, favorecido pelo exterior e com investidores se preparando para a disputa em torno da Ptax de fim de mês, nesta sexta-feira (28/06). Taxa de câmbio calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista, a Ptax serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas (no sentido de alta das cotações) ou vendidas em dólar (no sentido de baixa). O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,12%, a 105,920. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.