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27/Jun/2024

Economia verde é a única saída para futuro viável

O ministro de Minas e Energia do Brasil, Alexandre Silveira, defendeu que atualmente a economia verde surge não apenas como uma opção a ser seguida pelos países e pelas empresas, mas como a única saída para um futuro viável. Em sua participação no XII Fórum de Lisboa, nesta quarta-feira (26/06), o ministro salientou que o Brasil está em meio a uma revolução energética, onde as fontes renováveis se tornarão predominantes em toda a economia brasileira. "Afirmamos com convicção: fora da economia verde, não encontraremos salvação. Estamos à beira de uma revolução energética, onde as fontes renováveis não só ganharão predominância, mas também oferecerão uma capacidade de atendimento e estabilidade até então inimagináveis", afirmou Silveira.

Porém, apesar de um cenário promissor, já que o Brasil possui uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, há diversos desafios associados à transição energética e à adaptação a este novo modelo econômico. Silveira mencionou os recentes leilões de linhas de transmissão, que viabilizaram investimentos estimados em R$ 60 bilhões, visando expandir a capacidade de transmissão de energia, especialmente da Região Nordeste para outras regiões. Estes projetos fortalecem a infraestrutura energética nacional, e permitirão dobrar a capacidade do País. Ele também citou a Medida Provisória 1212, que concedeu mais prazo para que usinas de geração renováveis possam garantir subsídios na tarifa de transmissão.

Só na Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) já foi protocolado, a partir dessas duas medidas (a MP e a expansão da transmissão) mais de 85 gigawatts de energias eólica, solar, de biomassa no Nordeste brasileiro para o centro de carga, ou seja, o País está aumentando a segurança energética e ao mesmo tempo ampliando a oferta de energia limpa e sustentável. A instabilidade energética agora serve como um ponto de partida para discussões sobre um futuro renovável. O Brasil está na vanguarda dessa transformação, mostrando que a economia verde não é apenas uma possibilidade, mas uma realidade em construção. A transição para energias renováveis e práticas sustentáveis não é apenas uma escolha econômica, mas um imperativo para a sobrevivência e prosperidade futura.

O Brasil tem reafirmado seu papel como um ator chave na discussão sobre a transição energética justa e inclusiva, especialmente em eventos globais como a COP30, discutindo a importância de uma governança global eficaz na luta contra as mudanças climáticas. Também foi destacada a criação de um mercado de carbono global como um dos principais tópicos dessas discussões, destacando que o Brasil tem demonstrado avanços nessa área, especialmente no ano passado com a aprovação do projeto que regulamenta o mercado de carbono no Brasil pela Câmara dos Deputados, no final de dezembro. Vale lembrar, porém, que ainda não houve a regulamentação completa do assunto no Congresso.

Para que o País avance mais, é necessária a adoção de uma abordagem que beneficie economicamente os países em desenvolvimento. O Brasil também explora novas fronteiras na produção de energia limpa, como o hidrogênio verde, que já se mostra mais viável do que o gás natural em alguns contextos. Esse avanço, juntamente com a promoção de uma mineração sustentável e a exploração de minerais essenciais para a transição energética, como o lítio, destaca o potencial do País em contribuir significativamente para um futuro energético mais limpo e sustentável. O ministro afirmou que o Brasil "já pagou" pelo desenvolvimento das energias renováveis e que não é possível conceder novos subsídios para desenvolver o setor.

Das fontes no Brasil, 89,2%, já são renováveis. Não há salvação fora da economia verde, mais cedo ou mais tarde, por fatores climáticos, essa economia vai se impor. Mas, o Brasil já pagou por isso. Para Silveira, "a matriz energética limpa teve custos de subsídios para a população brasileira. Novos subsídios não podem avançar sobre os consumidores regulados. Esse debate tem sido feito dentro do governo. Senão, o País vai se orgulhar de sua matriz, mas será inviabilizada pelo preço. A transição energética deve ser justa e induzida, senão criará a compressão da economia nacional. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.