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26/Jun/2024

Dólar avança acompanhando movimento externo

Após o alívio das duas sessões anteriores, o dólar subiu mais de 1% nesta terça-feira (25/06) no Brasil, para acima dos R$ 5,45, com as cotações impulsionadas pelo exterior, onde a moeda norte-americana tinha ganhos firmes ante as demais divisas, numa inversão do movimento da véspera, quando investidores foram em busca de ativos de maior risco. A divulgação da ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central e as declarações do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, foram acompanhadas de perto, mas pouco alteraram a percepção sobre o cenário doméstico. O dólar fechou a R$ 5,45, em alta de 1,19%. No mês, a divisa acumula elevação de 3,88%.

A moeda norte-americana oscilou em alta ante o Real durante toda sessão, com investidores aproveitando o viés vindo do exterior para recompor posições compradas na divisa dos Estados Unidos (no sentido de alta das cotações), após as baixas mais recentes. O movimento de busca por dólares no exterior foi favorecido por declarações da diretora do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) Michelle Bowman, que reiterou sua opinião de que manter a taxa de juros estável por algum tempo provavelmente será suficiente para deixar a inflação sob controle. Ao mesmo tempo, ela reforçou sua disposição de aumentar os juros se necessário.

A inflação nos Estados Unidos continua elevada, e ainda há vários riscos de aumento da inflação que afetam a perspectiva, afirmou. Além disso, dados mostrando o aumento dos preços de residências nos Estados Unidos e uma confiança do consumidor acima do esperado contribuíam para o dólar forte. Segundo a Correparti Corretora, o dólar está ganhando de seus pares e das divisas emergentes por conta dos números dos Estados Unidos, que vieram bons, e dos ‘Fed boys’, indicando que talvez não se corte juros este ano. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,11%, a 105,630.

No Brasil, as atenções estiveram voltadas para a ata do Copom e para as declarações de Galípolo. No documento, o Copom indicou que, além da unanimidade entre os membros quanto à manutenção da taxa Selic em 10,50% ao ano, todos concordaram que o colegiado deve perseguir a reancoragem das expectativas de inflação independentemente de quais sejam as fontes por trás da desancoragem ora observada. Além disso, o documento trouxe uma elevação da taxa de juros neutra, aquela em que não há estímulo nem retração da economia, de 4,50% para 4,75%, conforme o cálculo do Banco Central. Galípolo reconheceu o incômodo com o avanço recente do dólar ante o Real, mas ressaltou que o Banco Central não tem uma meta de câmbio ou de diferencial de juros, mas sim uma meta de inflação.

Tanto a ata quanto Galípolo trouxeram poucas novidades para o cenário. Ao mesmo tempo, a questão fiscal segue como um fator de preocupação para o mercado, o que ajudava a justificar nova alta do dólar ante o Real nesta terça-feira (25/06). Para a Empiricus Research, há ainda um pouco de pessimismo. É preciso alguma coisa que ajude minimamente o governo a acalmar os ânimos em relação ao fiscal. Neste cenário, após atingir a cotação mínima de R$ 5,40 (+0,27%), o dólar atingiu a máxima de R$ 5,45 (+1,24%). O Banco Central vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem dos vencimentos de agosto. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.